O deputado estadual Jamilson Name (PSDB) foi condenado a oito anos de prisão na 6ª fase da Operação Omertá. A decisão, proferida pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, Roberto Ferreira Filho, ainda cabe recurso.
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A investigação foi conduzida pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) por meio do Grupo Especial de Atuação e Repressão ao Crime Organizado (GAECO). A Operação Arca de Noé, deflagrada em dezembro de 2021, apurou um esquema criminoso ligado à exploração do jogo do bicho e à lavagem de dinheiro por meio de uma empresa de títulos de capitalização.
Na decisão, o magistrado destacou o papel de Jamilson Name como líder da organização criminosa. Segundo a investigação, os condenados utilizavam uma rede complexa de empresas para disfarçar a origem ilícita dos recursos. O nome do deputado foi citado diretamente em provas colhidas ao longo da investigação, incluindo depoimentos e registros que ligam seu envolvimento à Pantanal Cap, uma das empresas investigadas.
Outros dois envolvidos também foram condenados: Darlene Luiza Borges, apontada como gerente do jogo do bicho, recebeu pena de oito anos de prisão, enquanto Cícero Balbino foi sentenciado a sete anos e seis meses.
A defesa do deputado solicitou absolvição sob o argumento de falta de provas concretas, mas o pedido foi rejeitado pelo juiz. Na sentença, Roberto Ferreira determinou ainda a perda de metade dos valores bloqueados dos envolvidos, que ultrapassam R$ 18 milhões.
A condenação de Jamilson Name será encaminhada à Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul para as providências cabíveis, conforme o artigo 55, VI e § 2º da Constituição Federal e o artigo 60 da Constituição Estadual de MS. O caso pode resultar na perda do mandato do deputado, dependendo do posicionamento da Assembleia Legislativa.
A capivara tucana de investigados e condenados no estado é extensa
Em 2020, condenado por tráfico de drogas a quatro anos e 8 meses, o prefeito Alexandrino Arévalo Garcia (PSDB) cumpriu início da pena em regime semiaberto. À frente da prefeitura de Aral Moreira, cidade que fica distante 402 quilômetros de Campo Grande, ele chegou a ser preso em 2016 durante a Operação Matterello, da Polícia Federal.
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Em agosto de 2023, o vereador de Corumbá, Luciano Signorelli Costa (PSDB), foi condenado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) por improbidade administrativa. Segundo o Ministério Público, o réu usou indevidamente a verba para atividade parlamentar para contratar pessoas para realizar propaganda política em sua então candidatura como deputado.
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Em 2024, o ex-vereador Claudinho Serra (PSDB) foi preso no dia 3 de abril durante a 3ª fase da Operação Tromper, quando exercia o mandato na Câmara de Campo Grande. Ele foi alvo de mandado de prisão preventiva e encontrado em casa, no residencial Damha, na saída para Três Lagoas, na Capital.
Também em 2024, o vereador reeleito pelo PSDB Antonio Coral Costa, o Toninho Colibri, presidente da Câmara Municipal de Santa Rita do Pardo, foi preso em flagrante juntamente com um assessor por compra de votos, no dia 6 de outubro.
No dia 22 de julho de 2024, acusado de chefiar esquema de corrupção, o ex-vereador de Amambai, Valter Brito da Silva (PSDB), foi preso em flagrante pelo furto de uma motoniveladora em Doutor Ulysses no Paraná. O parlamentar foi acusado de chefiar esquema de corrupção no município do interior de Mato Grosso do Sul e já foi alvo de investigações. Valter renunciou ao cargo de vereador em março após as investigações.
Neste ano de 2025, gente ligada ao PSDB também já “bateu ponto”.
No dia 18 de fevereiro deste ano, Fernando Passos Fernandes, filho do prefeito de Rochedo, Arino Jorge (PSDB), e servidor municipal, foi um dos detidos pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) na manhã do dia 18, em Rochedo.