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    “Chuva preta” é registrada em cidades de MS durante passagem de frente fria

    Fenômeno causado por queimadas traz água escura em Eldorado e Japorã; especialistas explicam causas

    “Chuva preta” é registrada em cidades de MS durante passagem de frente fria

    Moradores de Eldorado e Japorã, no sul de Mato Grosso do Sul, registraram a ocorrência de um fenômeno conhecido como “chuva preta” durante a passagem de uma frente fria pelo Estado. As imagens feitas por populares mostram a água com coloração escurecida, resultado da fuligem e fumaça das queimadas que têm assolado a região e outros estados brasileiros.

    Renato Penasso, morador de Eldorado, foi um dos que notou o fenômeno. “Vi no jornal que havia previsão dessa chuva, então coloquei um balde para captar a água”, contou. Em vídeos feitos por ele, é possível ver a chuva moderada e o tom escurecido da água recolhida em um copo e depois em um balde. “Foi uma chuva rápida, cerca de 15 milímetros. A gente precisava muito por causa do calor e da fumaça”, acrescentou.

    Situação semelhante foi observada pelo agricultor Adilson Fernandes de Souza, em Japorã. “Limpei a caixa d’água que uso para irrigação e, pela manhã, percebi que a água estava escura”, relatou. Segundo ele, a chuva durou cerca de duas horas, das 2h às 4h da madrugada, aliviando o calor abafado e a fumaça que havia tomado conta da cidade. Agora, Adilson busca saber se a água captada poderá ser utilizada em suas plantações.

    O que é a “chuva preta”?

    O fenômeno da chuva escura, popularmente chamada de “chuva preta”, é causado pela fuligem e poluição resultantes das queimadas. De acordo com o meteorologista Vinícius Sperling, do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), a frente fria que atingiu o sul do Estado trouxe chuva, mas em meio a um “cobertor” de fumaça que se formou sobre Mato Grosso do Sul devido aos incêndios em várias partes do Brasil e países vizinhos.

    Sperling explica que as nuvens de chuva se formam acima dessa camada de fumaça, e as gotas, ao caírem, acabam “colhendo” partículas de fuligem e poeira em suspensão na atmosfera. “A atmosfera está carregada com material particulado, como poeira e fuligem das queimadas. Isso é típico após um período prolongado de seca, o que aumenta a quantidade de partículas na atmosfera, contribuindo para esse tipo de chuva”, detalhou o meteorologista.

    Apesar de a “chuva preta” ter sido registrada no sul de Mato Grosso do Sul, Sperling afirma que a situação mais crítica de poluição está na região Amazônica e nos estados do Norte, de onde ventos trouxeram a fumaça para o sul do Brasil. As condições atmosféricas, no entanto, favoreceram o fenômeno também no Mato Grosso do Sul.

    Impacto das queimadas

    As queimadas têm gerado problemas em diversas regiões do Brasil, agravando a qualidade do ar e favorecendo fenômenos como a “chuva preta”. Mato Grosso do Sul, especialmente o Pantanal, tem sido duramente afetado pelos incêndios, e a combinação de calor extremo, seca prolongada e a poluição trazida pela fumaça tem gerado preocupação entre os moradores.

    A expectativa é que mais chuvas venham a aliviar a situação nos próximos dias, embora os especialistas alertem que a recuperação plena do ambiente afetado pelas queimadas levará tempo e esforço conjunto de combate aos incêndios.

    Redação
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