web analytics
More

    A noite que o Morenão foi palco de OVNIs

    Durante a partida histórica entre Operário e Vasco, no Estádio Morenão, um objeto voador não identificado foi avistado por uma multidão de torcedores

    O dia que o Morenão foi palco de OVNI

    Há 40 anos, na noite de sábado, 6 de março de 1982, o Estádio Pedro Pedrossian (Morenão), localizado dentro do campus da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), ao sul da cidade de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, estava lotado para o jogo do Campeonato Brasileiro envolvendo o Operário, contra o Vasco da Gama, do Rio de Janeiro.

    Eram por volta das 20h15 e a partida mal tinha começado, quando, de repente, uma bola de fogo, com um grande facho de luz, surgiu no céu, assustando o público de 24.575 pagantes (em uma capacidade total para 44.200 torcedores), sem contar os cartolas, jornalistas esportivos e penetras.

    As versões divergiram quanto à quantidade de objetos. Para alguns eram dois os objetos, para outros, quatro. Mas todos concordaram que as luzes eram intensas e de várias cores. O agente de serviço noturno da Base Aérea de Campo Grande viu dois objetos e consultou o Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta) de Brasília, o qual informou que não detectara nenhuma aeronave conhecida naquele horário.

    O jornal Correio do Estado, de Campo Grande, destacou na primeira página o avistamento em massa naquela noite de sábado, 6 de março de 1982, no Estádio Pedro Pedrossian (Morenão). (Acervo/Reprodução)

    Entrevista para a revista Placar

    Treze anos depois, a revista esportiva Placar publicou uma matéria especial a respeito, de autoria do repórter Sérgio Ruiz Luz, que entrevistou o veterano meia-direita Cocada, nascido em 1951, ídolo do Operário. Cocada lhe contou que nunca viu nada igual àquilo: “Era uma roda de fogo com um facho de luz muito forte”, descreveu. “De repente, foi embora a uma velocidade incrível”.

    Passado o susto, que não durou mais do que alguns segundos, o craque ajudou seu time a derrotar o Vasco por 2 x 0. Participou dos lances que resultaram nos gols do Operário, recebeu os prêmios como o melhor jogador em campo e, já no vestiário, chegou a uma conclusão a respeito do fenômeno: “Que parecia um disco voador, parecia”, disse para si mesmo.

    Capa da revista Placar nº 1.105 (Acervo/Reprodução)

    Aquela partida foi a mais marcante na carreira de Cocada, não tanto pela vitória de seu time – diante do poderoso Vasco – e pela consagração pessoal, mas justamente por causa do disco voador. Desde então, Cocada adquiriu o hábito de vasculhar o céu de Campo Grande na esperança de reviver aquele momento inesquecível. “Rapaz, nunca vi nada igual”, disse ele, desconsolado.

    Porém, por ter se convertido e se tornado evangelico, Cocada procura afastar a tentação de acreditar na existência dos OVNIs, por mais paradoxal que isso soe: “Não combina com os princípios bíblicos”, procura justificar.

    Revista Placar nº 1.105, junho de 1995, págs. 24-25. (Foto: Acervo)

    Revista Placar nº 1.105, junho de 1995, págs. 24-25. (Acervo/Reprodução)

    Outras testemunhas do aparecimento do OVNI

    O ex-jogador Rosemiro, um dos laterais do Vasco naquela noite, ainda se lembra muito bem do OVNI: “Fiquei olhando para cima e até me esqueci da partida.” Um dos torcedores, o professor Antônio Carlos do Nascimento, recorda-se que “Era uma luz intensa e bonita.”

    ​Depois de sobrevoar o estádio, o OVNI teria passado por cima da casa de Francisco Serafim de Barros, superintendente do Banco da Amazônia, que morava ao lado do Morenão, fazendo as folhas das árvores de seu quintal murcharem. Entretanto, apesar da presença de muitos fotógrafos e cinegrafistas no jogo, ninguém conseguiu flagrar o disco voador.

    O Estádio Morenão

    O Estádio Morenão, com sua infraestrutura deficitária, encontrava-se praticamente abandonado. Ao que se saiba, o estádio nunca mais recebeu visitas de alienígenas e os torcedores – terráqueos – fugiram dos jogos do combalido Campeonato Sul-Mato-Grossense, que não tem nenhuma representatividade no cenário futebolístico nacional. Se não ajudou em termos esportivos, o disco voador visto em 1982 ao menos entrou para a história da ufologia, animando os ufólogos, pesquisadores e apaixonados pelo tema.

    Por coincidência ou não, o local tornou-se palco de um alto número de tentativas de suicídio, o que obrigou a administração da UFMS a instalar câmeras de vigilância. Alguns ufólogos diriam que isso poderia ter sido devido a um “campo de energia negativo” irradiado pelo OVNI quando sobrevoou o estádio.

    Políticos, empresários e autoridades locais chegaram a cogitá-lo para ser uma das sedes da Copa do Mundo de 2014, mas os R$ 500 milhões que seriam necessários para as reformas e melhorias que o enquadrassem às exigências da FIFA (Federação Internacional de Futebol, do francês Fédération Internationale de Football Association) jamais apareceram.

    Versão do jornalista Marco Eusébio

    Em entrevista do jornalista do jornal O Placar, o Obcecado pelo “Jogo do Disco Voador”, o hipnólogo Mário Nogueira Rangel, um dos maiores especialistas brasileiros em casos de abdução e membro da Associação de Pesquisas Exológicas (Apex), é o ufólogo que mais tem se dedicado a pesquisar esse importante episódio, procurando todo tipo de subsídios que o corroborem.

    Em Campo Grande, Rangel conseguiu localizar o jornalista Marco Eusébio, um dos presentes à partida, obtendo dele valiosos esclarecimentos. Segundo Eusébio, o objeto era uma espécie de “bola de fogo grande, semelhante a um cometa, com cauda e pequenas bolas de fogo logo atrás”.

    A altitude em que se encontrava era elevada, superior à dos aviões. O objeto maior era pelo menos dez vezes maior do que um Boeing visto naquela altitude. A velocidade, porém, era muitas vezes superior à de qualquer avião.

    Mário Nogueira Rangel e Cláudio Tsuyoshi Suenaga na sede da Apex e consultório de seu fundador, o médico Max Berezovsky, sito a Rua Tonelero, na Lapa, em São Paulo, no dia 25 de janeiro de 1997(Foto: Pablo Villarrubia Mauso / Cláudio Tsuyoshi Suenaga)

    Momento de grande espanto

    Ainda de acordo com Eusébio, ninguém fotografou ou filmou o objeto porque a passagem dele foi rápida pelo ângulo de foco do estádio. E, de tão espantados, os fotógrafos não tiveram reação para captar a imagem. O juiz, por sua vez, não suspendeu o jogo, já que não havia motivo para isso.

    Eusébio acredita ter sentido o que todos sentiram ao ver o OVNI: “Espanto e um certo temor de que aquilo caísse, já que parecia um meteoro. Era essa a sensação que todos sentiram: um meteoro, tal qual os vistos em filmes e ilustrações. Porém, diferentemente de um meteoro, ele não caía. Seguia em linha, como num trajeto de voo coordenado.”

    Curiosamente, um ano antes, Eusébio já tinha visto objetos idênticos passando pelo mesmo trajeto próximo ao Morenão – não havia jogo nesse dia – quando se encontrava à noite em um bairro vizinho ao do estádio.

    Rangel lamenta que os ufólogos não tenham valorizado devidamente o caso do “Jogo do Disco Voador”, pois, conforme suas palavras, “é um verdadeiro ‘chega para lá’ nos cépticos”, os quais desafia: “Como estes vão dizer que mais de 24.500 pessoas imaginaram ver um disco voador que não existia?” De fato, esse foi o dia em que fizemos contato.

    Redação
    Redação
    Fato67, você por dentro de tudo.

    Últimas notícias

    spot_imgspot_img

    Notícias relacionadas

    spot_imgspot_img