Empresa alega déficit municipal, pede aumento na passagem e deixa população em impasse
Em mais um capítulo da disputa entre o Consórcio Guaicurus e a Prefeitura de Campo Grande, a empresa, mesmo registrando um lucro expressivo de R$ 68 milhões, volta a apontar a administração municipal como culpada pelo atraso salarial.
O diretor operacional da companhia declara que não há planos para renovar a frota de ônibus e defende a necessidade de um aumento na tarifa.
Em coletiva realizada na quinta-feira (21), o Consórcio Guaicurus justifica os possíveis atrasos salariais dos funcionários alegado déficit de R$ 10 milhões na prefeitura. Esta tática, já conhecida, consiste em transferir a responsabilidade pela má qualidade do serviço oferecido à população.
Uma perícia judicial nos balanços financeiros revela um lucro de R$ 68 milhões nos últimos cinco anos, somado a um recebimento de R$ 37 milhões em verba pública em 2023. Apesar desses recursos, a empresa alega falta de meios para melhorar o serviço, fundamentando assim o pedido de aumento na tarifa.
A renovação de apenas 15% da frota, com a compra de 71 novos ônibus em 2023, deixa em circulação 111 veículos obsoletos, desafiando a média ideal de 5 anos estipulada em contrato.
A falta de clareza sobre a substituição desses veículos gera incertezas, enquanto a população enfrenta a continuidade de superlotação e atrasos, principalmente nos bairros, já que não há previsão de criação de novas linhas de ônibus.