O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, é celebrado pela primeira vez como feriado em todo o Brasil neste ano.
A data, sancionada como feriado nacional em 2023, tem raízes no movimento negro e busca valorizar a identidade, cultura e história da população negra, além de promover reflexões sobre as conquistas e desafios enfrentados.
A escolha do 20 de novembro remonta à morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. Zumbi foi um líder do Quilombo dos Palmares, um dos maiores símbolos de resistência à escravidão. Após anos de luta contra expedições portuguesas, Zumbi foi traído, capturado e morto, mas seu legado inspirou a luta pela liberdade e igualdade.
História da consciência negra
A ideia de um dia dedicado à consciência negra surgiu em 1971, quando o Grupo Palmares, formado por jovens negros do Rio Grande do Sul, propôs a data.
Desde então, o reconhecimento cresceu: em 2003, foi incluída no calendário escolar e, em 2011, tornou-se oficial como Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Com a sanção de 2023, a data passou a ser feriado em todo o país.
A escritora Waleska Barbosa, moradora do Distrito Federal, destaca que o feriado representa uma vitória do movimento negro, ao mesmo tempo que expõe a necessidade de continuar avançando na luta por direitos.
Waleska é idealizadora do projeto Julho das Pretas que Escrevem, que promove encontros entre escritoras negras em Brasília, com debates, performances e exposições que valorizam a cultura afro-brasileira.
Reflexão sobre a abolição
Waleska também ressalta que o Dia da Consciência Negra contrasta com outra data histórica, o 13 de maio, quando foi sancionada a Lei Áurea, abolindo formalmente a escravidão.
Contudo, a abolição não garantiu direitos básicos aos ex-escravizados, como moradia, saúde e educação. Esse contraste reforça a importância de se discutir a história negra a partir de uma perspectiva crítica e consciente.
Com iniciativas como o Julho das Pretas que Escrevem e a institucionalização do feriado, a luta por reconhecimento, igualdade e valorização da cultura negra ganha novos capítulos, inspirando o Brasil a refletir e agir.