Pela primeira vez na história, o dólar encerrou a sessão cotado a R$ 6 nesta sexta-feira (29), após um dia de forte volatilidade no mercado.

A moeda chegou a atingir R$ 6,115 no pico do dia, mas recuou momentaneamente para R$ 5,955 após declarações dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Os líderes do Congresso rejeitaram a proposta de ampliar a isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil, o que trouxe algum alívio temporário.
Apesar disso, o movimento de alta foi retomado e a moeda fechou em R$ 6,001, acumulando valorização de 3,62% em novembro e 23,46% no ano. Segundo especialistas, a disparada reflete as reações negativas às medidas do pacote fiscal apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O pacote, que visa economizar R$ 71,9 bilhões entre 2025 e 2026, foi criticado por excluir ações de maior impacto fiscal e incluir a polêmica isenção do IR. Para compensar, o governo propôs taxar quem ganha mais de R$ 50 mil mensais, mas a incerteza sobre a viabilidade das medidas abalou o mercado.
Haddad reconheceu que o pacote não é definitivo e poderá ser ajustado se necessário. Já o Congresso manteve o tom de responsabilidade fiscal. “Qualquer medida que implique renúncia de receitas será analisada cuidadosamente em 2025”, afirmou Lira.
Embora o dólar tenha subido, a Bolsa de Valores fechou em alta de 0,84%, puxada pelo desempenho de ações como Vale e Petrobras. O cenário de incertezas, no entanto, segue alimentando a cautela entre investidores.