A equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou na quinta-feira (28) um pacote de corte de gastos com o objetivo de economizar R$ 70 bilhões em dois anos.

As medidas incluem mudanças em regras de aposentadorias de militares, acesso ao abono salarial e uma proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, ante os atuais R$ 2.824. Entretanto, a isenção só terá validade a partir de 2026, se aprovada no Congresso Nacional.
Dentre os senadores de Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina (PP-MS) destacou que o anúncio não reduziu a crise de credibilidade na política fiscal do governo.
“O dólar chegou a R$ 6,00, maior cotação da história, e as taxas de juros futuros subiram”, afirmou. Para a senadora, o pacote mistura cortes de gastos e mudanças no IR de forma confusa, buscando ganhos políticos.
Ela enfatizou ser favorável à isenção para quem ganha menos, mas declarou: “Não permitiremos aumento de impostos, nem erros que já levaram à recessão no passado.”
O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) também criticou a possibilidade de aumento de impostos, argumentando que isso desestimula investimentos e prejudica a economia.
Ele defendeu a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil, mas enfatizou que o equilíbrio fiscal deve ser alcançado por meio do combate a desperdícios e privilégios, sem penalizar os geradores de emprego.
Por outro lado, a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) preferiu não comentar o pacote no momento.
Trâmite e impacto legislativo
O pacote será analisado pelo Congresso Nacional, com votação prevista na Câmara dos Deputados nas próximas semanas e no Senado até o recesso parlamentar de dezembro.
As propostas incluem a isenção do IR e uma taxação de 10% sobre rendas acima de R$ 50 mil. Além disso, o Congresso deve apreciar outros temas prioritários antes do fim do ano, como a regulamentação da reforma tributária do consumo e a votação do orçamento para 2025.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), comprometeu-se a submeter os textos ao plenário assim que aprovados pela Câmara.
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, as lideranças políticas demonstraram abertura ao diálogo e receptividade às propostas.