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    O Brasil mais perto do Oceano Pacífico: O potencial geoeconômico e geoestratégico da RILA

    Por Charmaine Alves
    Charmaine Alves é Internacionalista
    e Consultora de Estratégia Internacional

    Rota de Integração Latino Americana vai conectar, por meio de corredor rodoviário, os territórios de quatro países; Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. Exportações ganharão agilidade.

    III Expedição da RILA saiu de Campo Grande rumo ao Chile | Foto: Reprodução

    Também denominada de Rota Bioceânica ou Corredor Rodoviário Bioceânico, a RILA pode ser considerada um dos projetos mais ousados e importantes com foco no desenvolvimento de Mato Grosso do Sul que começa a funcionar este ano.  Saindo do Brasil, passando pelo Paraguai, pela Argentina, até chegar aos portos do Chile. Ela abre novas perspectivas para a exportação e importação do estado e das demais regiões brasileiras até a Ásia e a América do Norte.

    Entre os objetivos do Corredor Bioceânico estão a conexão, por meio de corredor rodoviário, dos territórios de quatro países (Brasil, Paraguai, Argentina e Chile), a redução do tempo de deslocamento de carga (redução de aproximadamente 17 dias), a melhoria logística de transporte, a elevação da competitividade das exportações para a Ásia dos quatro países.

    Esta integração da América do Sul com a Ásia e a América do Norte pode ser vista sob a ótica política, econômica, cultural e territorial a partir do Corredor Bioceânico, que possibilita agregar, a um curto espaço de tempo, serviços logísticos modernos e eficientes, por meio de uma infraestrutura física que seja válida para todos os países e que possa proporcionar uma integração ampla e profunda entre os territórios envolvidos.

    Leia o artigo escrito por Charmaine Alves – Analista de Relações Internacionais e Comércio Exterior, CEO do CA Consultoria Internacional, Vice-Presidente da Câmara Internacional de Negócios (DF)

    RILA – ROTA DE INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA E A III EXPEDIÇÃO DA RILA RUMO AO CHILE 2023

    A Rota de Integração Latino Americana (RILA) é um corredor rodoviário com extensão de 2.396 quilômetros, que liga o Oceano Atlântico aos portos de Iquique e Antofagasta, no Chile, passando por Paraguai e Argentina. Esta é mais uma alternativa ao Porto de Santos (SP), encurtando distância e tempo para as exportações e importações brasileiras entre mercados potenciais do Oriente Médio, Ásia, Oceania e Costa Oeste dos Estados Unidos.

    Expedição da Rota Bioceânica no Monumento RILA em Campo Grande

    No ano 2000, o governo Fernando Henrique Cardoso e os dos demais países da América do Sul lançaram a Iniciativa de Integração da Infraestrutura Regional Sul-americana (IIRSA). O propósito era construir uma rede de obras de infraestrutura: hidrovias, portos, interconexões energéticas e de comunicações e corredores rodoviários. Para os proponentes, os maiores desafios a serem vencidos eram ambientais, devido à existência de três grandes “obstáculos”: a Floresta Amazônica, o Pantanal e a Cordilheira dos Andes. Hoje, o IIRSA não mais existe, porém ficaram projetos engavetados nas empreiteiras e a ideia atiçou a visão de negócio de potenciais investidores e empresários, o que motivou, posteriormente, decolar essas oportunidades.

    A RILA não somente dinamizará o escoamento da produção regional para mercados asiáticos e oeste dos estados unidos, mas, também, estimulará os fluxos comerciais, de investimentos e de pessoas no âmbito sub-regional. Essa rota, contudo, passará, também, por regiões menos dinâmicas, como a Faixa de Fronteira do Brasil. Desse modo, identificam-se transformações socioeconômicas derivadas da implantação da RILA em diferentes escalas geográficas. Os recursos das análises de escalas de poder e de gestão proporcionam tanto identificar essas transformações quanto relacioná-las a diferentes agentes e atores públicos e privados. No caso do município de Porto Murtinho, no estado do Mato Grosso do Sul, localizado na fronteira do Brasil com o Paraguai, a sobreposição de interesses de diferentes agentes e atores tem imposto novos usos ao território.

    O Comércio Exterior na RILA

    Em meados de 2020, a corrente de comércio evidenciada pelo estado do Mato Grosso do Sul reforça a estreita relação da produção local com o mercado internacional. A maioria dos principais parceiros comerciais do estado pode ser mais facilmente alcançada tanto por meio da Rota de Integração Latino-americana (RILA) quanto pelos portos chilenos. As transações comerciais realizadas pelo estado de Mato Grosso do Sul revelam uma conexão significativa intra-regional, destacando-se as relações comerciais com Bolívia, Chile, Argentina e Paraguai, e extra-regional com China, Estados Unidos e Hong Kong.

    Custos de transporte entre Campo Grande/MS (Brasil) e Antofagasta (Chile)

    A conclusão das obras da RILA indica significativa redução de custos logísticos para mercadorias comercializadas no MS. Atualmente, a rota rodoviária que conecta o MS aos portos chilenos apresenta extensão de 3.441 km. As cargas são transportadas por rodovias que cruzam a Argentina a partir da fronteira do estado do Rio Grande do Sul por  São Borja ou Uruguaiana e que, para chegar em Campo Grande, o produto percorre 4.516 km de caminhão, o que aumenta substancialmente a distância percorrida e, por conseguinte, o custo de transporte. Com a RILA, com a mesma origem e destino, a distância se reduz quase pela metade: 2.396 km. No caso das mercadorias argentinas que se destinem a Campo Grande provenientes de Salta, por terem ingressado pelo sul do país precisam percorrer 4.049 km. Com a RILA, a distância entre Salta (Argentina) e Campo Grande/MS (Brasil) fica reduzida a 1.966 km. No caso das mercadorias paraguaias exportadas a partir de Mariscal Estigarribia para Campo Grande, normalmente ingressam no Brasil via Foz do Iguaçu. Os caminhões têm que percorrer 1.512 km para chegar a Mato Grosso do Sul. Se a entrada no Brasil ocorrer por Ponta Porã, a distância é reduzida para 922 km. No entanto, quando se utiliza o Corredor da RILA, a distância se reduz ainda mais, para 730 km.

    Além disso, a via marítima pelo Porto de Santos, no estado de São Paulo, apresenta custos elevados, devido, principalmente, às operações portuárias. Há também alguns gargalos encontrados hoje no custo de caminhão parado na aduana que mostram, em aduana não integrada, um tempo de caminhão parado por 72 horas o que gera um custo de R$ 3.373,80 parado, enquanto uma aduana totalmente integrada gera apenas uma espera de até 6 horas totalizando custo de R$ 281,15 no caminhão parado.

    A relevância econômica da cadeia produtiva de carne bovina para a economia brasileira justifica a busca pela expansão dos mercados consumidores em outros países. No ano de 2020, a categoria de carne bovina fresca, resfriada ou congelada alcançou o valor de US$7.446,88, registrando um aumento de 13,8% em comparação com o ano anterior. Essa categoria representa 3,55% das exportações brasileiras, ocupando o 5º lugar no ranking das exportações nacionais e o 2º lugar nas exportações da indústria de transformação (Comexstat, 2021). Fica evidente que a estratégia primordial para expandir o consumo de carne bovina produzida no Brasil é a busca por ganhos de competitividade, por exemplo, por meio da redução dos custos de transporte.

    Maiores importadores da carne bovina produzida no Brasil (2020)

    Considerando que os principais mercados consumidores da carne bovina brasileira se encontram na Ásia, a conclusão das obras da Rota de Integração Latino-americana (RILA) emerge como um elemento logístico crucial na busca pela redução dos custos de transporte. É observável que aproximadamente 70% das exportações brasileiras de carne bovina têm como destino os mercados asiáticos. Dessa maneira, os benefícios de competitividade provenientes de uma logística mais eficiente têm o potencial de aumentar a participação da produção brasileira nesses mercados em cerca de 20%.

    Transporte marítimo de cargas (adaptado Netpas Distance 2021)

    Embora a distância rodoviária entre Campo Grande/MS até os portos brasileiros de Santos e de Paranaguá seja inferior àquela entre Campo Grande/MS e Antofagasta e também de Iquique, por meio da RILA, a distância marítima entre o litoral chileno e o porto de Shanghai, por exemplo, é significativamente menor.

    A consideração da variável que envolve a diminuição da distância a ser percorrida e do tempo de viagem não deve ser a única a ser avaliada ao ponderar sobre o custo total do frete internacional. Além da redução da distância marítima, os portos chilenos apresentam vantagens em comparação, por exemplo, ao Porto de Santos/SP, evidenciando custos operacionais portuários significativamente mais baixos do que os observados no porto brasileiro.

    Nesse contexto, os fluxos regionais de comércio tendem a se intensificar na medida em que a Argentina, Brasil, Paraguai e Chile passem a transportar diretamente, por via rodoviária, bens e serviços comercializados regionalmente.

    A Ponte Bioceânica

    Situada no sul do Pantanal, às margens do rio Paraguai e na fronteira entre Brasil e Paraguai, Porto Murtinho abriga uma população de pouco mais de 12 mil habitantes. Cerca de 80% dos residentes dependem predominantemente do turismo de pesca. Atualmente, encontra-se em andamento a construção da Ponte Bioceânica, uma ponte rodoviária que estabelecerá a ligação entre o Brasil e a cidade de Carmelo Peralta, no Paraguai. Esta significativa empreitada, com um orçamento de 75 milhões de dólares, conta com o respaldo financeiro da Itaipu Binacional e tem previsão de conclusão no primeiro semestre de 2025.

    Atualmente, a construção da Ponte Bioceânica está integrada ao Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), sendo reconhecida como uma das prioridades do governo federal nos últimos anos. A responsabilidade pela execução da obra recai sobre a empresa paraguaia Pretec, que integra o consórcio PYBRA. Enquanto isso, a supervisão do projeto estará a cargo do Consórcio Prointec, sob a gestão do Ministério das Obras Públicas e Comunicações do Paraguai.

    Construção da Ponte Bioceânica na fronteira de MS com o Paraguai

    Até o momento, foram finalizados 40% da construção, que inclui a instalação de algumas vigas. Essas vigas, com 30 metros de comprimento e 30 toneladas cada, foram produzidas na cidade de Capiatá, no Paraguai. Em seguida, foram transportadas para o local da obra, onde foram incorporadas à superestrutura do viaduto de acesso à ponte. Essas vigas foram construídas utilizando concreto protendido.

    A extensão total da estrutura será de 1.294 metros. O projeto compreenderá três seções distintas, abrangendo dois viadutos de acesso em ambas as margens do rio e uma porção estaiada com 632 metros de comprimento, apresentando um vão livre de 350 metros.

    Logística da RILA

    Com apoio do governo de Mato Grosso do Sul, preocupados em melhorar as condições de tráfego e integração das aduanas entre os países da RILA, no final do mês de setembro de 2023, Organizado pela União Internacional dos Transportes Rodoviários (IRU) e pelo Ministério das Relações Exteriores, com apoio da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), realizou Seminário que reuniu empresários de todo Brasil para discutir sobre o Corredor Bioceânico.

    O evento teve a missão de elucidar o panorama atual e as potencialidades do segmento internacional de cargas, focando nas oportunidades da rota Bioceânica. O seminário marca um momento decisivo para Mato Grosso do Sul e o Brasil no cenário internacional de transporte. Representantes de entidades de transporte de cargas, tanto do Brasil quanto dos países vizinhos, empresários do setor e autoridades públicas estavam presentes no evento.

    Seminário que reuniu empresários de todo Brasil para discutir sobre o Corredor Bioceânico

    A história da IRU (União Internacional de Transporte Rodoviário) é parte da história do transporte mundial. A entidade que representa o Brasil na IRU é a NTC&Logística. A entidade foi fundada há 70 anos em Genebra. O objetivo foi e continua sendo o de facilitar o comércio, o transporte rodoviário internacional e a mobilidade de passageiros e apoiar o desenvolvimento sustentável em todo o mundo.

    Conta com parcerias de longa data com as Nações Unidas, a União Europeia e instituições da Eurásia, garantindo a visão necessária para impulsionar o progresso no setor de transporte rodoviário unificando leis, legislações e economia nas estradas.

    Do sonho à idealização

    Muitas são as Rotas Bioceânicas existentes no Brasil. Pessoas imaginavam a possibilidade de fazer uma conexão entre Brasil e Pacífico, a vida trouxe essas pessoas e a mesma, as levou, e o Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística do Mato Grosso do Sul (Setlog MS) continuou o propósito idealizando com a união de empresários e investidores do ramo, somando o poder governamental do estado de Mato Grosso do Sul, o poder público da capital do MS, Campo Grande, e a classe acadêmica da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e a Rede Universitária da Rota de Integração Latino-Americana (UniRila), um espaço de imanência de integração e de promoção de afecções acadêmicas entre os países no Corredor Bioceânico: Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.

    Prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP) com Cáudio Cavol presidente da SETLOG-MS

    É sabido que o tema das rotas de integração ligando o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico pelo centro da América do Sul foi tentado por muitos, porém o protagonista da iniciativa que transformou esse sonho em realidade partiu do Setlog MS, que desde 2013 se empenhou em apresentar, através de estudos técnicos, um corredor viável, tanto economicamente quanto socialmente, e que pudesse utilizar a infraestrutura já existente entre os países.

    Houveram estudos no traçado de outras três rotas, começando pela primeira, via Corumbá/MS, saindo de Corumbá, passando pela Bolívia e chegando aos portos de Arica e Iquique, no norte do Chile. A segunda rota foi saindo de Cuiabá, no estado do Mato Grosso, passando Rondônia e Acre, adentrando no Peru, seguindo até o Porto de Mollendo e Illo, no oceano Pacífico.

    Houve a terceira tentativa de rota, desta vez através de Porto Murtinho/MS, cruzando o Chaco paraguaio, adentrando na Bolívia em direção a Tarija, passando pelo salar de Uyuni até os portos do norte do Chile.Não sendo essas três as melhores, uma quarta e certeira rota foi testada. Também partindo de Porto Murtinho/MS, cruzando o Chaco paraguaio, norte da Argentina, atravessando a Cordilheira dos Andes por Paso de Jama com destino aos portos de Iquique e Antofagasta no Chile.

    Cruce Don Silvio | Imagem: Reprodução

    O Setlog MS, no mês de novembro de 2023, fez sua III Expedição da RILA rumo ao Chile por esta quarta rota por uma caravana composta de 36 caminhonetes, capitaneadas pelo seu presidente Claudio Cavol, juntamente com um grupo forte de empresários, investidores e associados, convidaram a mídia, a academia e o poder público para presenciarem o trajeto permitindo checarem as condições para a imediata utilização da via e os avanços na área de aduanas e autoridades intervenientes de comércio exterior.

    Cláudio Cavol presidente da SETLOG-MS concede entrevista no Lado argentino da Cordilhera dos Andes

    Foram feitas visitas ao canteiro de obras da Ponte Bioceânica em Carmelo Peralta no Paraguai, fronteira com Porto Murtinho/MS (Brasil) e conhecimento dos desafios do chaco paraguaio. A riqueza do turismo a ser explorado desde os pés da Cordilheira dos Andes do lado argentino em San Salvador de Jujuy e a planície de sal nas Cordilheiras e sua extração. A milenar cidade de São Pedro do Atacama no Deserto do Atacama com seus mais de três mil anos de existência mística do lado andino chileno, seus vulcões, gêiseres e uma fotografia que muda desde a semelhança de um solo lunar ao completo horizonte do planeta Marte.

    Houve, também, participação na inauguração do Parque Tecnológico de Pozo Almonte (Chile) e curioso é ver, em cada país em que a RILA passa, o nome que esta mesma rota rodoviária toma propriedade de nomes diferentes: RILA, no Brasil e Paraguai; Rota Bioceânica, na Argentina; e Corredor Bioceânico de Capricórnio, no Chile.

    De lá, passar por cidade fantasma que outrora foi de suma importância na exploração e exportação do salitre que era extraído a partir do caliche, a crosta rica em nitrato encontrada no deserto, usado para fabricar fertilizantes em Humberstone, localizado em uma antiga área de mineração no deserto do Atacama, a poucas centenas de quilômetros da fronteira com o Peru e a Bolívia, é um local incrível que traz a memória de guerra do “ouro branco”.

    Já no destino final, em Iquique, no Chile, toda a comitiva se fez presente no 4º Fórum dos Territórios Subnacionais do Corredor Bioceânico de Capricórnio. O evento foi organizado pelo Governo Regional de Tarapacá e pela Corporação de Desenvolvimento de Tarapacá, que foi realizado na cidade de Iquique entre terça-feira, 28, e quinta-feira, 30 de novembro de 2023. O objetivo dessa atividade foi contribuir para a conexão entre a América Latina e a região Ásia-Pacífico.

    IV Fórum dos Territórios Subnacionais do Corredor Bioceânico de Capricórnio da cidade fantasma de Humbertone (Chile)

    No âmbito desse fórum, foi realizada uma Mesa Redonda de Negócios para promover reuniões e vínculos, bem como revisar acordos para viabilizar e aprimorar a rota bioceânica. O encontro confirmou a participação de delegados de São Paulo e Mato Grosso do Sul no Brasil, Alto Paraguai, Boquerón e Presidente Hayes do Paraguai, bem como do povo transandino de Salta e Jujuy, regiões locais de Antofagasta e Arica e Parinacota, além da província chinesa de Henan.

    No retorno desta caravana de empresários, investidores, secretários do governo do estado de Mato Grosso do Sul e de sua capital, Campo Grande, ficou mais que claro o quão concreto está se tornando o que antes era apenas especulação e sonho em papel.

    E é de consciência dos que estiveram envolvidos nesta expedição que o crescimento econômico de regiões transfronteiriças é um instrumento estratégico que garante a segurança do território nacional. As dinâmicas produtivas decorrentes da RILA podem forjar um paradigma de integração baseado em um amplo espectro de prosperidade social, política, turística, energética, cultural, comercial e física, desde que o objetivo principal seja não apenas levar desenvolvimento às pessoas, mas, acima de tudo, promover o desenvolvimento das pessoas, produto desta integração.

    Porto de Iquique no Chile

    Fonte: Agência de Notícias Embassy

    Redação
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