A bancada estadual do Partido Liberal (PL) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALMS) se dividiu quanto ao apoio no segundo turno das eleições municipais de Campo Grande
Na tarde desta sexta-feira (11), os deputados estaduais Coronel David e João Henrique Catan declararam seus posicionamentos, com cada um apoiando uma das duas candidatas na disputa.
Coronel David reafirmou seu apoio à reeleição da prefeita Adriane Lopes (PP), seguindo a orientação do ex-presidente Jair Bolsonaro, que também declarou apoio à atual prefeita. Em um vídeo publicado ao lado de Adriane e da senadora Tereza Cristina (PP), David enfatizou a proximidade ideológica com a candidata. “Não tenho dúvida de que a prefeita Adriane Lopes é a melhor escolha e defende os mesmos princípios que nós da direita defendemos”, afirmou o deputado.
Já João Henrique Catan optou por apoiar Rose Modesto (União Brasil). Em seu próprio vídeo, gravado ao lado de Rose, Catan justificou a escolha como uma maneira de se opor ao “projeto hegemônico do PSDB,” partido que declarou apoio à reeleição de Adriane Lopes. Catan também destacou a gratidão por Rose Modesto, que havia apoiado o ex-candidato Capitão Contar (PRTB) no segundo turno das eleições para governador em 2022, no qual Catan teve um papel ativo na campanha.
No entanto, o deputado estadual Neno Razuk, também do PL, que não possui a mesma afinidade com a ala mais ideológica do partido e que tem se mantido distante das disputas internas, ainda não manifestou publicamente seu apoio a nenhuma das candidatas no segundo turno. Razuk, que costuma atuar em pautas mais moderadas, se mantém em silêncio, aguardando o desenrolar das alianças e articulações políticas.
Com essa divisão, o PL em Mato Grosso do Sul se vê entre duas grandes forças políticas, refletindo também a divisão do eleitorado de direita na capital. Enquanto Coronel David segue alinhado com o projeto de Bolsonaro e a defesa dos valores conservadores representados por Adriane Lopes, João Henrique Catan se posiciona contra a hegemonia política do PSDB, optando pela candidatura de Rose Modesto como alternativa. O silêncio de Neno Razuk apenas aumenta as incertezas sobre como o partido irá se posicionar coletivamente nos dias que antecedem a votação decisiva.
Essa cisão interna pode gerar um impacto nas articulações políticas do segundo turno, especialmente no campo da direita, que agora se vê representada por dois grupos distintos apoiando candidatas diferentes. O posicionamento dos dois deputados, aliado à indefinição de Neno Razuk, exemplifica a complexidade do cenário eleitoral em Campo Grande e mostra que, mesmo dentro de um partido com fortes ligações à base bolsonarista, há divergências significativas sobre qual projeto político melhor representa o futuro da capital sul-mato-grossense.
