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    Bruno Ortiz enfrenta denúncia por injúria e perseguição contra mulher: O “manequim de tucano” exposto em polêmica nas redes sociais

    Bruno Ortiz, candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL) em Campo Grande, está enfrentando uma grave denúncia de injúria e perseguição. O caso foi registrado na 1ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de Campo Grande, no dia 17 de maio de 2024. Gabrielle Andrade Borges da Silva, jornalista e assessora de comunicação de um órgão público, formalizou a queixa, acusando o candidato de perseguição virtual após um desentendimento nas redes sociais

    Gabrielle relatou que a situação teve início após verificar, pelas redes sociais do órgão em que trabalha, um vídeo de Ortiz acusando a prefeitura de não realizar a manutenção em uma rua de Campo Grande. “Ele fez um vídeo pintando a rua com corretivo branquinho, insinuando que a prefeitura não tinha cumprido sua obrigação. Verifiquei o caso com o setor responsável e não havia nenhuma solicitação registrada por ele. A rua, inclusive, já estava no cronograma de manutenção”, contou Gabrielle. Quando ela entrou em contato para corrigir as informações, Ortiz começou a ofendê-la, marcando-a em publicações sarcásticas e responsabilizando-a por problemas que ele atribuía diretamente à prefeita.

    O boletim de ocorrência nº 3018/2024 detalha que, após ser corrigido publicamente por Gabrielle, Ortiz intensificou seus ataques. Ele passou a marcar a jornalista em postagens críticas à prefeitura e à prefeita, como se Gabrielle tivesse que responder diretamente a ele sobre os problemas da cidade. “Ele me chamava de puxa-saco, me xingava, e algumas vezes eu respondi, porque fazia parte do meu trabalho esclarecer as informações que ele distorcia”, disse Gabrielle.

    O episódio mais grave, no entanto, envolveu uma agressão verbal relacionada a um trauma pessoal da jornalista. Ortiz, ao descobrir que Gabrielle havia sido vítima de violência sexual no interior de Mato Grosso do Sul, utilizou essa informação para zombar da situação. “Ele chegou a dizer que, depois de tudo que passei, eu não tinha aprendido nada com a vida”, relatou Gabrielle, emocionada. Ela afirmou que as ofensas ativaram um gatilho psicológico relacionado ao trauma do passado. “Comecei a ter crises de ansiedade, precisei voltar a tomar medicação, e foi aí que decidi registrar o boletim de ocorrência, com medo de que a perseguição se tornasse física.”

    Gabrielle também explicou por que optou por buscar ajuda legal: “Eu decidi registrar o boletim porque fiquei com medo dessa perseguição começar a ser pessoal. Eu estava sozinha em Campo Grande, sem minha família, e isso despertou uma insegurança enorme. Foi um gatilho muito grande e eu tive todo o acolhimento necessário no órgão onde trabalho e na delegacia.”

    Até o momento, Gabrielle não foi chamada para depor novamente e lamenta que a investigação ainda não tenha avançado. “Eu esperava que isso fosse resolvido antes das eleições, porque se esse homem for eleito vereador, imagino o que ele pode fazer com outras mulheres. Se sem o poder público ele já agiu dessa forma, o que ele fará com o poder nas mãos?”, questionou.

    O comportamento de Ortiz foi descrito pela jornalista como ameaçador e humilhante, afetando diretamente sua saúde mental e profissional. A denúncia trata dos crimes de injúria (artigo 140) e perseguição (artigo 147-A) do Código Penal, sendo o último agravado pelo fato de a vítima ser mulher. Gabrielle também destacou que Ortiz, que já planejava uma carreira política, agiu sem se preocupar com as consequências, “como se fosse a pessoa mais poderosa do mundo”.

    Ortiz, apelidado nos bastidores de “manequim de tucano” por sua proximidade com figuras do PSDB, enfrenta agora não apenas a pressão eleitoral, mas também o desgaste público causado por essa denúncia.

    Com as eleições municipais se aproximando, casos como esse podem influenciar a opinião dos eleitores, levantando questões sobre a conduta de candidatos e o impacto de suas ações públicas e privadas na sociedade.

    A equipe do Fato67 entrou em contato com o candidato Bruno Ortiz, mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno. O espaço permanece aberto para os devidos esclarecimentos do candidato.

    Redação
    Redação
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