Em um movimento que mistura política tradicional e ironias do destino, o deputado estadual Pedro Pedrossian Neto (PSD) oficializou o apoio à candidatura de Rose Modesto (União Brasil) no segundo turno da disputa pela Prefeitura de Campo Grande
O que torna a decisão ainda mais intrigante é o pano de fundo que conecta Pedrossian Neto, o ex-prefeito Marquinhos Trad, e as polêmicas envolvendo a campanha.
Ex-secretário de finanças de Campo Grande na gestão de Marquinhos Trad, Pedrossian Neto foi uma peça-chave na administração de Marquinhos Trad que hoje enfrenta acusações de assédio sexual. O ex-prefeito, ironicamente, foi o vereador mais votado de Campo Grande nestas eleições, pelo PDT, partido que também está na coligação de Rose Modesto. Se antes eram apenas rumores de bastidores, agora a união entre os irmãos Trad e Rose Modesto é um fato público e notório.
O PSD, presidido no estado pelo senador Nelsinho Trad, irmão de Marquinhos, enfrenta um cenário complicado com a ala bolsonarista. A pressão veio após o senador mineiro Rodrigo Pacheco, também do PSD, barrar pedidos de impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes. Esse movimento gerou forte boicote de bolsonaristas à legenda, e os ecos dessa disputa nacional reverberam na eleição municipal. Mesmo assim, o diretório estadual do PSD decidiu liberar seus filiados para escolherem seus rumos no segundo turno, e a maioria optou por Rose.
Em uma reunião com os 30 candidatos a vereador do PSD, que juntos somaram 21 mil votos e reelegeram o vereador Otávio Trad, a decisão de apoiar Rose Modesto foi motivada pelas críticas da atual prefeita Adriane Lopes (PP) à gestão de Marquinhos. Adriane, que foi vice de Marquinhos, acusou o ex-prefeito de deixar as contas da cidade no vermelho, um argumento que foi fortemente contestado pelos aliados de Trad.