A nova pesquisa de intenção de voto para o segundo turno em Campo Grande, realizada pelo Instituto Ranking Brasil, foi divulgada e traz Rose Modesto (União Brasil) na liderança, com ampla vantagem sobre a atual prefeita Adriane Lopes (PP). Porém, o histórico de levantamentos do instituto, dirigido por Tony Ueno, aliado antigo de Marquinhos Trad, levanta questionamentos sobre a precisão dos resultados e sua consistência com a realidade política do município.
Registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o nº MS-02380/2024, a pesquisa foi encomendada pelo CNPJ 03.955.300/0004-65 e conduzida entre os dias 9 e 11 de outubro. Foram entrevistados 2.000 moradores de diferentes regiões urbanas, distritos e áreas rurais de Campo Grande, com idade igual ou superior a 16 anos. O levantamento apresenta uma margem de erro de 2,2% para mais ou para menos e um intervalo de confiança de 95%.
Resultados apresentados
Na pesquisa espontânea, Rose Modesto aparece com 46% das intenções de voto, enquanto Adriane Lopes registra 34%. Outros 20% dos entrevistados afirmaram não saber ou não quiseram responder. No cenário estimulado, onde os nomes das candidatas são apresentados aos entrevistados, a vantagem de Rose aumenta para 50%, contra 38% de Adriane. Entre os votos válidos, a diferença é ainda maior, com 56,8% para Rose e 43,2% para a atual prefeita.
Em relação à rejeição, a pesquisa mostra que Adriane Lopes possui 30%, enquanto Rose Modesto tem 15%. A taxa de indecisos ou que não quiseram opinar sobre a rejeição alcança 55%.
Histórico de confrontos com a realidade
O Instituto Ranking Brasil já foi alvo de críticas devido à divergência frequente entre os resultados de suas pesquisas e os resultados efetivos nas urnas. Durante o primeiro turno das eleições, a vantagem atribuída a Rose Modesto pelo instituto foi contestada, uma vez que o resultado nas urnas mostrou um cenário diferente, com Adriane Lopes à frente.
Além disso, o histórico de Tony Ueno, proprietário do Instituto, inclui episódios de controvérsias e condenações na Justiça Eleitoral. Em 2016, Ueno foi multado por impulsionar uma pesquisa em redes sociais, o que violava a legislação eleitoral. Na época, o levantamento favorecia Marquinhos Trad, e a proximidade entre Ueno e o candidato do PSD levantou dúvidas sobre a imparcialidade de suas pesquisas. Fatos como esses colocam em xeque a credibilidade dos dados divulgados pelo instituto, especialmente em contextos eleitorais acirrados.
Vantagem consistente ou cenário inflado?
Caso a tendência apontada pelo Instituto Ranking se confirme, Rose Modesto venceria com folga. No entanto, considerando o histórico da empresa de Ueno e as divergências observadas em levantamentos anteriores, é prudente encarar os números com ceticismo. As pesquisas de Tony Ueno tendem a apresentar uma vantagem consistente para Rose Modesto, mesmo quando outros institutos apontam um cenário mais competitivo ou até mesmo favorável a Adriane Lopes.
A divulgação desses números pode influenciar a percepção do eleitorado e impactar a estratégia das campanhas. Contudo, a experiência com pesquisas do Instituto Ranking Brasil ao longo dos anos reforça a necessidade de uma análise criteriosa. A divulgação de dados de intenção de voto deve sempre ser acompanhada da verificação de metodologias, fontes e histórico de acertos, elementos que garantem a confiabilidade dos levantamentos.
A realidade no primeiro turno
Os números do primeiro turno evidenciam o contraste entre os levantamentos do Instituto Ranking e a realidade das urnas. Na ocasião, Adriane Lopes obteve uma performance melhor do que as pesquisas indicavam, ficando à frente de Rose Modesto e avançando para o segundo turno com uma vantagem confortável. Esse descompasso entre os dados divulgados e o resultado eleitoral reforça as críticas sobre a precisão dos levantamentos conduzidos pelo instituto.