O Ministério Público Eleitoral de Mato Grosso do Sul (MPE-MS) abriu uma investigação para apurar uma denúncia de compra de votos envolvendo adesivagem de veículos em troca de gasolina e cerveja em uma conveniência no bairro Los Angeles, em Campo Grande
O caso teria como beneficiários o candidato à prefeitura de Campo Grande, Beto Pereira (PSDB), e a candidata a vereadora Silvana Macedo (PSB).
De acordo com a denúncia anônima, feita no dia 3 de setembro, o proprietário da conveniência estaria oferecendo combustível e cerveja para quem adesivasse seus carros ou motos com propaganda dos candidatos. A acusação foi acompanhada por prints de conversas no WhatsApp, onde o empresário teria afirmado: “Galera, quem quiser vir aqui adesivar o carro e a moto ganha a gasolina”. Além disso, ele também teria oferecido bebidas alcoólicas: “Quem quiser cerveja damos uma caixa por carro, Skol e Brahma”.
Em uma das imagens anexadas à denúncia, é possível ver uma aglomeração de pessoas com adesivos dos candidatos Beto Pereira e Silvana Macedo. Também há cartazes promovendo os mesmos políticos fixados nas grades da conveniência. Embora algumas pessoas estivessem segurando bandeiras, não foi possível identificar claramente de quais candidatos elas eram.
O caso foi inicialmente recebido pelo ouvidor do Ministério Público Estadual, promotor Renzo Siufi, que encaminhou a denúncia para a promotora eleitoral da 36ª Zona Eleitoral, Grázia Strobel da Silva Gaifatto. Em despacho oficial, a promotora determinou a abertura de uma “Notícia de Fato” para investigar a possível prática de corrupção eleitoral, conforme o artigo 299 do Código Eleitoral.
Consequências legais
Se confirmada a denúncia, os envolvidos poderão responder por corrupção eleitoral. O artigo 299 do Código Eleitoral prevê pena de até quatro anos de reclusão, além do pagamento de multa, para quem oferecer, solicitar ou receber vantagens indevidas em troca de votos ou abstenção, independentemente de a oferta ser aceita.
Manifestações dos citados
A assessoria do candidato Beto Pereira na manhã desta terça-feira (18), se pronunciou por meio de nota, a equipe do candidato afirmou: “Desconhecemos os fatos, repudiamos qualquer ação nesse sentido, e tal prática não é de nossa responsabilidade”.
O dono da conveniência citada na denúncia ainda não se pronunciou sobre o caso. Já a candidata Silvana Macedo, também mencionada no caso, se manifestou por meio das redes sociais, informando que “desconhece os fatos apontados na denúncia anônima, não compactua com qualquer ato fora das regras eleitorais e repudia qualquer oferecimento de vantagem em troca de votos”. Ela também afirmou que sua equipe jurídica foi acionada para investigar o que chamou de “armação política” contra sua candidatura e prometeu tomar as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos.