O deputado federal Beto Pereira, que garantiu o terceiro lugar nas eleições para a Prefeitura de Campo Grande, decidiu adotar uma postura de “neutralidade” no segundo turno. E, para quem achava que ele poderia fazer diferença apoiando uma das candidatas, pode esquecer
O ex-prefeito de Terenos, conhecido tanto pelas contas reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) quanto por seu nome envolvido em um suposto esquema de corrupção no Detran, prefere não “manchar” a campanha nem de Rose Modesto (União) nem de Adriane Lopes (PP).
O ex-prefeito de Terenos, conhecido tanto pelas contas reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) quanto por seu nome envolvido em um suposto esquema de corrupção no Detran, prefere não manchar a campanha nem de Rose Modesto (União) nem de Adriane Lopes (PP).
A questão do Detran, vale lembrar, foi amplamente noticiada pelo site Midiamax, que revelou que o nome de Beto foi mencionado em delações que apontam para irregularidades na autarquia durante seu mandato como deputado estadual. Mesmo com essas polêmicas debaixo do tapete, Beto agora se apresenta como o símbolo da moderação. Afinal, por que escolher um lado quando você pode ser neutro, não é?
As duas candidatas não são “reformistas” o suficiente
Em sua declaração, Beto alegou que nenhuma das candidatas representa as ideias reformistas que o PSDB defendeu durante a campanha. “Por coerência, não vou avalizar nenhuma das duas candidaturas”, afirmou o deputado, adotando um tom de superioridade moral que parece ignorar completamente os problemas que o cercam.
Claro, ele faz questão de ressaltar que não tem nenhuma crítica pessoal a Adriane Lopes ou Rose Modesto, desejando que ambas façam o melhor por Campo Grande. Uma postura bem diplomática, especialmente para alguém que prefere torcer “de longe” enquanto assiste à disputa pela prefeitura como se fosse um espectador privilegiado.
Gratidão pelos 115 mil votos e apoio colaborativo
Com seus 115 mil votos, Beto Pereira se coloca como o herói incompreendido das urnas, agradecendo àqueles que enxergaram nas propostas do PSDB “as melhores”. E como prova de sua magnanimidade, ele afirma que seu mandato como deputado, assim como os vereadores eleitos pela sua coligação, irão colaborar com quem vencer. Mas, a essa altura, fica a dúvida: essa colaboração será tão “eficiente” quanto sua gestão em Terenos? O tempo dirá.
Neutralidade estratégica?
Enquanto se afasta da cena, Beto Pereira quer passar a imagem de alguém que prefere não se comprometer, preservando sua “coerência” e, quem sabe, tentando evitar que seu envolvimento em escândalos antigos manche ainda mais sua imagem. Para ele, é mais fácil deixar o embate para Rose e Adriane, e observar de camarote. Afinal, ser neutro é sempre uma opção para quem já tem outras questões com as quais se preocupar.