Candidato a vereador é questionado por uso de Fundão Eleitoral e responde com deboche
A transparência nas campanhas eleitorais volta a ser assunto de destaque, especialmente após um caso envolvendo o candidato a vereador de Campo Grande pelo Partido Liberal (PL), Bruno Ortiz. No dia 11 de julho, ainda na fase de pré-candidatura, Ortiz foi questionado pelo portal Política Voz se faria uso do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, conhecido como Fundão Eleitoral. Na ocasião, o candidato foi direto: “Sem uso de fundão, igual eleição passada”, garantindo que, assim como em 2020, não utilizaria o recurso público.
No entanto, a postura firme de Bruno Ortiz entrou em contradição quando, no dia 25 de setembro, surgiu a notícia de que o candidato havia recebido R$ 100.000,00 do Fundão Eleitoral de seu partido, o PL. A equipe de jornalismo do portal Fato67 entrou em contato com Ortiz para buscar um esclarecimento sobre a mudança de posicionamento, mas a resposta do candidato gerou ainda mais polêmica.
Conhecido nos bastidores como “Manequim de Tucano”, em referência ao seu apoio ao candidato a prefeito Beto Pereira, Ortiz não escondeu o desdém pela pergunta feita pelo jornal. “Quem é o seu candidato? Você é meu eleitor? Então não te devo explicação kkk”, disse o candidato, em tom debochado.
A atitude causou repercussão negativa entre eleitores e críticos, que viram na fala do candidato um desprezo pela responsabilidade de prestar contas à sociedade. O uso do Fundão Eleitoral, um tema já amplamente discutido e criticado por boa parte da população, especialmente em tempos de desconfiança com a classe política, ganha contornos ainda mais sensíveis quando envolve promessas públicas de não utilizar o recurso.
Nas eleições de 2020, Ortiz concorreu pelo Partido Social Cristão (PSC) e obteve 456 votos, não sendo eleito. Agora, como candidato pelo PL, ele tenta uma nova chance nas urnas, mas com a imagem arranhada por declarações contraditórias e respostas que deixam a desejar em termos de compromisso com o eleitor.
A pergunta que fica é: até que ponto as promessas de campanha e as palavras dos candidatos podem ser levadas a sério quando, ao primeiro sinal de incoerência, a resposta é o deboche? As eleições de 2024 prometem ser decisivas, e a confiança no candidato é um fator que não pode ser subestimado. Ortiz, ao que parece, ainda tem muito a esclarecer.