O futebol sul-mato-grossense está oficialmente fora da base de apoio do presidente afastado da CBF, Ednaldo Rodrigues. Em um movimento articulado com outras 18 federações estaduais, o presidente recém-eleito da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), Estevão Petrallás, assinou um manifesto que pede a renovação da Confederação Brasileira de Futebol. A carta foi divulgada poucas horas após o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinar, pela segunda vez, o afastamento de Ednaldo por supostas irregularidades no processo eleitoral que o manteve no cargo.
O manifesto, intitulado “Carta pela estabilidade, renovação e descentralização do futebol brasileiro”, propõe uma reestruturação completa da CBF, com foco em modernização, profissionalismo e maior participação das federações estaduais nas decisões da entidade. O texto aponta falhas históricas na condução do futebol nacional, como o desequilíbrio do calendário esportivo, precariedade dos gramados, problemas na segurança dos estádios e a necessidade urgente de qualificação da arbitragem.
Sem citar diretamente o nome de Ednaldo Rodrigues, o grupo sinaliza que o momento é de ruptura com modelos antigos de gestão. Entre os signatários, estão presidentes de federações como Acre, Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Pará, Paraíba, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e Rio Grande do Sul.
A adesão de Petrallás ao manifesto marca o distanciamento definitivo da FFMS em relação à gestão anterior. O dirigente havia sido eleito no final de 2023, após a morte de Francisco Cezário, que comandou a federação por mais de duas décadas e era figura próxima a Ednaldo. A troca de comando em Mato Grosso do Sul, portanto, reflete um reposicionamento político da entidade no cenário nacional.
O documento também pede que o próximo presidente da CBF seja escolhido com base em critérios técnicos e éticos, reforçando o compromisso com governança moderna, transparência e autonomia institucional. Os signatários defendem ainda a criação de uma chapa única de consenso para liderar esse novo ciclo.
Curiosamente, federações importantes como São Paulo, Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, Espírito Santo, Tocantins, Amapá e Mato Grosso ficaram de fora do manifesto, o que sugere um cenário dividido e ainda indefinido nos bastidores do futebol brasileiro.
Procurada pela reportagem, a assessoria de comunicação da FFMS ainda não se manifestou oficialmente sobre o posicionamento do presidente Estevão Petrallás. O espaço segue aberto para esclarecimentos.
