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    Romário escreve carta para Neymar: “Até 93 tinha muita gente que falava mal pra c* de mim”

    Às vésperas da estreia do Brasil no Catar, Baixinho manda recado para o atual camisa 10: “Ninguém ganha nada sozinho. Muito menos uma Copa”

    Foto Redes Sociais Neymar e Romário

    O ex craque da seleção brasileira Romario escreveu um texto em forma de motivação para Neymar. Ao site “The Player’s Tribune”, o Baixinho, campeão em 1994, relembrou que era muito criticado antes de conquistar o título nos Estados Unidos.

    – Sei perfeitamente o que você está sentindo. Ah, claro, todo mundo gosta de dizer que o Baixinho é isso, que foi aquilo ou que sou o cara. Mas a verdade, parceiro, é que até 1993 tinha muita gente que falava mal pra c* de mim. Não tô de caô, não. É sério!

    Romário lembrou que tinha o comportamento questionado, e que as declarações que dava eram criticadas. E disse que o jeito de ser não era arrogância – termo usado recentemente por um jornal alemão ao se referir a Neymar -, e sim confiança.

    – Numa boa, faça a sua parte dentro de campo e tente esquecer o resto, todo esse barulho que vem de fora. É o que sempre falo: quem precisa ter boa imagem é aparelho de TV. Continue não dando importância para o que os outros vão comentar sobre você.

    O camisa 11 do tetra chamou de besteira a frase “Romário ganhou a Copa de 94 sozinho”. Em seu texto, fez questão de exaltar Taffarel, Aldair, Márcio Santos, Dunga, Mazinho, Jorginho, Leonardo, Branco, Raí, Zinho e Bebeto.

    Sobre o companheiro de ataque, contou uma passagem nas oitavas de final da competição para exemplificar que ninguém ganha nada sozinho.

    – Nós enfrentávamos os EUA na casa deles. O jogo estava pesado. Para piorar, o Leonardo foi expulso. Nem sempre as coisas saem do jeito que a gente quer. Já imaginou a pressão? Ser eliminado nas oitavas de final, contra os Estados Unidos? Eu podia sentir o calor das críticas, que estavam bem guardadas para uma eventual derrota.

    – Então, num lance, fui buscar no meio-campo, pedi a bola e carreguei para o ataque. Os jogadores me cercavam, inclusive o Lalas, um zagueiro gigante, que botava medo em qualquer um (menos em mim). Eu poderia ter chutado para o gol, o ângulo me dava essa condição. Mas eu tomei outra decisão. O Bebeto estava mais bem posicionado, e eu passei a bola para ele – ainda dizem que eu era fominha, é mole?!

    – Você pode não saber, Neymar, porque era muito criança, mas a torcida brasileira lembra do que o Bebeto me disse na comemotação. O Brasil inteiro fez a leitura labial: “EU TE AMO”. Depois dessa, já era. Não tinha como deixar o tetra escapar. Faço questão de te contar essa história porque, como você já deve saber, ninguém ganha nada sozinho. Muito menos uma Copa – concluiu.

    Romário ainda encerrou fazendo elogios e disse que o Brasil confia no atacante do Paris Saint-Germain. Lamentando não ter disputado mais Copas, o ex-jogador afirmou que Neymar dá alegria ao povo brasileiro quando joga.

    – Agora é sua vez, parceiro! Confio em você. Ou melhor, o Brasil confia em você.

    Rodrigo Bomfim
    Rodrigo Bomfim
    Bacharel em Direito, analista político, atleticano e apreciador de um bom churrasco.

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