Justiça Eleitoral nega liminar de Aires Cafure em Bela Vista: derrota no “tapetão” enfraquece investida contra Boccia
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A Justiça Eleitoral de Bela Vista, sob a decisão da juíza Jeane de Souza Barboza Ximenes Escobar, negou o pedido de liminar movido por José Ayres Cafure (PSDB) contra o prefeito eleito Gerardo Gabriel Nunes Boccia (PP) e sua vice, Letizia Maria Gouvêa Pinheiro Murano (Republicanos), da coligação “Muda, Que Bela Vista Cresce”. Cafure, derrotado nas urnas por uma margem de 3,56% (444 votos), buscava a suspensão da diplomação dos vencedores, sob alegação de abuso de poder econômico e uso indevido de meios de comunicação social para desequilibrar o pleito.
A tentativa de Cafure foi interpretada como uma investida no chamado “tapetão” — termo que remete às decisões extracampo no futebol, onde um time derrotado tenta reverter o resultado no tribunal. Adaptado à política, o conceito é utilizado para descrever manobras judiciais de candidatos que buscam anular vitórias legítimas conquistadas nas urnas.
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Na ação, Cafure acusou Boccia de ser “sócio oculto” de um portal de notícias local, que teria publicado conteúdo tendencioso em benefício do prefeito eleito e em detrimento de sua campanha. Contudo, a magistrada apontou falta de provas contundentes sobre a suposta influência do portal nas eleições ou sobre a gravidade dos atos mencionados para justificar uma medida extrema, como a suspensão da diplomação.
A decisão destaca que, embora os meios de comunicação tenham o potencial de influenciar a opinião pública, as reportagens mencionadas pela acusação não demonstram exposição massiva ou gravidade suficiente para comprometer a legitimidade do pleito. Além disso, o suposto vínculo de Boccia com o portal não foi comprovado de maneira satisfatória.
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A negativa da liminar representa mais uma derrota para Aires Cafure, que já havia enfrentado questionamentos sobre sua capacidade de mobilizar apoio popular durante a campanha. Agora, com o “tapetão” rejeitado, resta ao candidato derrotado aguardar o julgamento do mérito do caso, o que pode levar meses sem garantia de reversão do resultado.
Enquanto isso, Boccia e sua vice Letizia Murano seguem legitimados para assumir os cargos em janeiro de 2025, consolidando a vitória obtida nas urnas. A decisão reforça o princípio democrático de que as eleições são decididas pelos votos da população, e não por tentativas de judicialização desproporcionais.