Segundo informação do site InvestigaMS o prefeito de Rio Brilhante, Lucas Foroni, será o primeiro prefeito reeleito a trocar de partido após as eleições municipais. Foroni anunciou ao MDB, na noite de ontem, que deixará a sigla para se filiar ao Partido Progressista (PP), consolidando seu alinhamento político com a senadora Tereza Cristina.
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“Um dos maiores motivos é a admiração pelos posicionamentos do partido e da nossa líder, senadora Tereza Cristina. A meta é fazer um planejamento para termos chapa forte para a próxima eleição. Temos a missão de planejar o PP estadual para os próximos dez anos”, declarou Foroni ao Investiga MS.
Foroni foi reeleito com 83,66% dos votos em Rio Brilhante. Sua filiação ao MDB se deu por influência de seu pai, Sidney Foroni, ex-vereador e ex-prefeito do município. A cerimônia de filiação ao PP acontecerá no dia 8 de março, com a participação da cúpula do partido.
Crescimento do PP e movimentações políticas
O Partido Progressista se consolidou como o segundo maior partido de Mato Grosso do Sul na eleição passada, conquistando 15 prefeituras, atrás apenas do PSDB, que venceu em 44 municípios. No entanto, ao considerar a população governada, o PP ultrapassou o PSDB, administrando 43,23% dos habitantes do estado, graças à reeleição de Adriane Lopes em Campo Grande.
Com a chegada de Foroni, o PP soma 16 prefeituras e pode ampliar esse número, uma vez que pelo menos mais três prefeitos manifestaram interesse em ingressar no partido liderado por Tereza Cristina. Enquanto isso, o MDB, que iniciou a gestão com dez prefeituras, perdeu uma em eleição suplementar em Paranhos e agora sofre a baixa de Foroni, permanecendo com oito administrações municipais.
O PP também pode se beneficiar da iminente divisão no PSDB, que enfrenta a necessidade de fusão com outra legenda para superar a cláusula de barreira. Essa exigência eleitoral força o partido a buscar alianças estratégicas para manter sua relevância no cenário político estadual.
Fusão PSDB-MDB e a candidatura de Reinaldo Azambuja ao Senado
Nos bastidores, a movimentação de Foroni evidencia um distanciamento do MDB e do ex-governador André Puccinelli, que tem se aproximado do ex-governador e presidente estadual do PSDB, Reinaldo Azambuja. A articulação entre os dois líderes pode resultar na fusão entre MDB e PSDB, fortalecendo um bloco político que teria como um dos principais objetivos viabilizar a candidatura de Reinaldo Azambuja ao Senado em 2026.
A possível fusão é vista como uma estratégia para consolidar forças no cenário estadual, especialmente diante das dificuldades que ambas as siglas enfrentam para manter competitividade eleitoral. O MDB busca recuperar sua força após derrotas recentes, enquanto o PSDB precisa garantir uma estrutura que lhe permita continuar influente frente às mudanças nas regras eleitorais.
Essa costura política também coloca o PP em posição de protagonismo, uma vez que o partido tem se fortalecido e se torna um polo de atração para lideranças que rejeitam a aliança entre MDB e PSDB. A filiação de Foroni reforça essa tendência e fortalece o grupo liderado por Tereza Cristina, que tem conquistado espaço e demonstrado capacidade de articulação nas últimas eleições.
Com essas movimentações, o cenário político em Mato Grosso do Sul começa a se desenhar para as eleições futuras, com a reconfiguração de alianças e o fortalecimento de grupos que buscam ampliar sua influência no estado.