Prefeitos recém-empossados em Mato Grosso do Sul denunciam que administrações anteriores deixaram dívidas milionárias, comprometendo a capacidade de pagamento de servidores e fornecedores.

Corumbá
Em Corumbá, a Secretaria Municipal de Planejamento, Receita e Administração identificou um passivo superior a R$ 34 milhões. A secretária Camila Campos de Carvalho informou que, em dezembro, a gestão anterior quitou apenas a folha líquida dos servidores, deixando de repassar aos bancos os valores descontados para empréstimos consignados.
Além disso, o terço de férias dos professores não foi empenhado nem pago. Parcelamentos de débitos com o Fundo de Previdência do Servidor (FUNPREV), acumulados desde 2023, somam aproximadamente R$ 24 milhões, com parcelas mensais de R$ 1 milhão nos próximos quatro anos, incluindo juros e multas.
O abono natalino também não foi pago, e os servidores podem perder esse benefício, já que a lei municipal apenas autoriza, mas não obriga o pagamento.

Naviraí
Em Naviraí, o prefeito Rodrigo Sacuno (PL) relatou um déficit de R$ 15,2 milhões, além de atrasos em pagamentos. A nova administração encontrou apenas R$ 2 milhões em caixa, insuficientes para as despesas de janeiro.
As dívidas incluem R$ 8,2 milhões com fornecedores e R$ 5,4 milhões referentes a empréstimos consignados descontados dos salários dos servidores, mas não repassados às instituições financeiras, à Cassems e ao INSS.
Sacuno destacou que a previsão de arrecadação para janeiro é de R$ 13 milhões, enquanto a folha de pagamento deve atingir quase R$ 12 milhões, exigindo medidas rigorosas para manter os serviços essenciais à população.
A ex-prefeita de Naviraí, Rhaiza Matos (PSDB), negou irregularidades nas contas públicas e afirmou que não aceitará tentativas de atribuir a ela incompetência ou falta de preparo. Ela anunciou que fará uma transmissão ao vivo para esclarecer a situação.
