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    Planalto vê “fator medo” pró-Massa e “armadilha” para Milei

    Para os auxiliares de Lula, Massa deveria propor um governo de coalizão ampla e enfatizar a necessidade de “união nacional”

    Planalto vê “fator medo” pró-Massa e “armadilha” para Milei

    O resultado do primeiro turno na Argentina surpreendeu auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que agora consideram o peronista Sergio Massa como favorito na rodada decisiva das eleições no país vizinho.

    Na avaliação reservada do governo brasileiro, o que mais pesou — e continuará pesando — a favor de Massa é o “fator medo”. Ou seja, o temor dos argentinos com as propostas polêmicas do ultradireitista Javier Milei, que quer a dolarização da economia e a facilitação do porte de armas, entre outras plataformas de campanha.

    Votos dos 4º e 5º lugares

    Um conselheiro de Lula avalia que Massa deverá capturar a maioria dos votos depositados em Juan Schiaretti (peronista dissidente) e Myriam Bregman (esquerda radical), respectivamente quarto e quinto colocados no pleito deste domingo (22), que juntos tiveram quase 10% do eleitorado.

    Já a expectativa do Planalto, diante do “fator medo” em torno de Milei, é que parte expressiva dos eleitores da candidata Patricia Bullrich (direita tradicional) simplesmente deixe de comparecer no segundo turno e opte pela abstenção.

    Bullrich terminou em terceiro lugar e teve pouco menos de 24% na primeira rodada das eleições. Na leitura dos assessores de Lula, são votos mais difíceis de migrar para Massa, mas que em boa parcela não vão automaticamente para Milei.

    Armadilha

    O Planalto vê uma armadilha para o oposicionista, que se apresenta como “anarcocapitalista”, no segundo turno.

    Se mantiver um discurso radical, não conquistará muitos eleitores de Bullrich.
    Se amenizar as propostas, correrá risco de perder tração entre seus militantes entusiasmados pelo discurso libertário.
    Para os auxiliares de Lula, Massa deveria propor um governo de coalizão ampla e enfatizar a necessidade de “união nacional”, reconhecendo o mau estado da economia argentina e a impossibilidade de sair da crise sem consensos mínimos.

    “Pato manco”

    Do contrário, avalia-se no Planalto, a possibilidade é Massa ganhar as eleições e tornar-se um presidente “pato manco” (sem força política) já no primeiro ano de mandato.

    Na análise de interlocutores do presidente brasileiro, Massa pode aproveitar-se do fato de que não é visto como aliado incondicional do kirchnerismo e pedir o apoio de um espectro mais amplo do mundo político argentino.

    O segundo turno ocorre em 19 de novembro. A posse do novo presidente está marcada para 10 de dezembro.

    Redação
    Redação
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