A Câmara Municipal de Campo Grande aprovou nesta quarta-feira (11) o projeto de lei n.º 11.504/24, que reestrutura a administração pública da cidade. A proposta, enviada pela prefeita Adriane Lopes (PP), reorganiza as secretarias do Executivo, reduzindo gastos e ajustando a estrutura para melhorar a gestão de recursos
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Em entrevista exclusiva ao Fato67, o presidente da Câmara Municipal, vereador Carlão (PSB), explicou os principais pontos da reforma e seus impactos para a população, destacando que as mudanças buscam atender demandas da sociedade e otimizar o uso dos recursos públicos.
Por que a reforma foi feita?
Carlão explicou que os gastos da prefeitura com salários e cargos comissionados estão acima do limite prudencial permitido por lei. O máximo seria 51% do orçamento, mas a gestão atual atingiu 56%, comprometendo áreas essenciais como saúde, moradia e assistência social.
“Com uma máquina pública muito cheia, com muitos cargos comissionados, não sobra recurso para atender a população, especialmente os mais simples, que sofrem para conseguir exames, remédios e consultas”, pontuou o vereador.
A reforma visa reduzir esses custos, com a unificação e criação de secretarias executivas, diminuindo o número de cargos comissionados e liberando recursos para áreas prioritárias.
O que muda?
Segundo Carlão, algumas secretarias foram reorganizadas. A Secretaria de Juventude (SEJUV), por exemplo, passa a ser uma secretaria executiva. Apesar disso, os serviços prestados à juventude continuam os mesmos. “Os projetos e programas permanecem, e o prédio de atendimento será mantido. A diferença está na redução de cargos administrativos, como chefes e diretores”, explicou.
Os recursos economizados com a reforma serão aplicados em áreas como saúde, que enfrenta dificuldades na oferta de exames e medicamentos, e assistência social, especialmente diante do aumento no número de pessoas em situação de rua.
O que isso significa para a população?
A proposta busca enxugar a máquina pública para liberar mais recursos às áreas que impactam diretamente a vida dos moradores. “Se a prefeitura conseguir reduzir os gastos com pessoal, será possível investir em políticas públicas mais eficazes, como moradia e mobilidade urbana, que estão paradas há tempos”, afirmou o presidente da Câmara.
Carlão destacou ainda que a aprovação da reforma é um passo necessário para melhorar os serviços prestados à população. “Se no futuro ela não der certo, a Câmara estará pronta para fazer ajustes. O importante agora é começar a resolver os problemas”, ponderou.
Reforma: um movimento comum na política
O vereador também lembrou que mudanças administrativas são normais na política, sendo ajustadas de acordo com as prioridades de cada gestão. “Se outro prefeito quiser rever essas decisões, isso será possível, porque a política é dinâmica e adaptável”, concluiu Carlão.
A reforma agora depende de sua implementação pela prefeitura, e a população espera que os resultados tragam melhorias reais no dia a dia da cidade.