Durante a quarta oitiva da CPI do Transporte Público da Câmara Municipal de Campo Grande, a vereadora Ana Portela, relatora da comissão, criticou duramente o contrato firmado com o Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte coletivo da cidade. Segundo ela, os termos do acordo favorecem o consórcio e não garantem qualidade mínima ao serviço oferecido à população.
A sessão ouviu dois representantes da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran): Luiz Carlos Alencar Filho, fiscal aposentado, e Henrique de Matos Moraes, atual auditor-chefe da agência.
Luiz Carlos afirmou que boa parte da frota de ônibus já deveria ter sido substituída, pois ultrapassou o tempo médio de uso permitido. Ele destacou que a manutenção de veículos antigos gera altos custos operacionais que poderiam ser evitados com a renovação da frota. Ana Portela concordou e disse que as oitivas reforçam a tese de que o atual modelo penaliza o usuário e onera o sistema.
Já o auditor da Agetran, Henrique Moraes, defendeu que a agência vem cumprindo suas atribuições legais de fiscalização. A vereadora, no entanto, contestou: “Como a fiscalização está sendo feita corretamente se, em apenas dois meses, recebemos mais de 450 denúncias da população? Isso não bate com a realidade dos usuários”, rebateu.
Portela voltou a apontar falhas no contrato com o consórcio, que segundo ela, permite a apresentação de indicadores positivos mesmo quando o serviço prestado é visivelmente precário. “Estamos reunindo provas e inconsistências para responsabilizar quem permitiu que o transporte coletivo chegasse a esse nível. A população tem sido a maior prejudicada”, finalizou.