O vereador André Salineiro (PL) denunciou nesta terça-feira (11) um vídeo que circula nas redes sociais mostrando um professor vestido de princesa em uma escola de educação infantil de Campo Grande. O parlamentar protocolou um ofício na Secretaria Municipal de Educação (SEMED) pedindo explicações e providências sobre o caso.
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“Estou indo até a secretaria de educação para protocolar este ofício e pedir explicações. Isso não pode ser normalizado, isso não pode ser encarado como normal. A escola é um local para que as crianças aprendam aquilo que é necessário para o seu desenvolvimento e não para servir de circo”, afirmou Salineiro.
O vereador argumentou que apresentações desse tipo não deveriam ocorrer em ambiente escolar e criticou o uso de vestimentas consideradas inadequadas. “Se esse artista quer se apresentar, que vá a um teatro ou outro local para adultos, e não para crianças inocentes que ainda estão em fase de desenvolvimento intelectual. Não podemos aceitar isso como normal”, declarou.
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No ofício encaminhado à SEMED, Salineiro solicitou que sejam adotadas providências sobre o caso e reforçou sua posição de que qualquer interferência na formação moral das crianças deve ser papel exclusivo dos pais e responsáveis. “Qualquer tipo de interferência desse tipo dentro do ambiente escolar será instantaneamente repudiada, e eu utilizarei o meu mandato para isso”, enfatizou.
Professor e SEMED respondem
O professor Matheus Santos se manifestou após as críticas do vereador e de outros políticos, como o deputado estadual João Henrique Catan (PL), que levou o vídeo para debate na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS).
“Fui convidado a me fantasiar para receber as crianças de forma diferente no primeiro dia de aula”, afirmou o educador nesta terça-feira (11), defendendo que a atividade tinha caráter lúdico e pedagógico.
Durante a sessão ordinária da ALEMS, Catan questionou a vestimenta do professor e criticou a exposição das crianças no vídeo compartilhado em redes sociais. “Fantasiado de travesti. Essa é a vestimenta para ir à sala de aula dar aula para as crianças? Eu quero saber se isso está no conteúdo de ensino, o que isso contribui para a educação?”, questionou o deputado.
A SEMED, por sua vez, destacou que está ciente da situação e afirmou que o uso de fantasias é caracterizado como um recurso pedagógico. “A Secretaria Municipal de Educação informa que está ciente da situação mencionada. Em tempo, é importante destacar que diversos professores adotam o uso de fantasias e caracterizações como recurso pedagógico, buscando tornar o processo de ensino mais lúdico, dinâmico e envolvente para as crianças, desde que vinculado ao plano de ensino e currículo.”
A secretaria também informou que abrirá um procedimento administrativo para maiores averiguações. “A Secretaria Municipal de Educação esclarece que, após os levantamentos, abrirá procedimento administrativo para maiores averiguações, com o objetivo de garantir a transparência e a correção dos fatos, se houver desacordo com as diretrizes curriculares e normas disciplinares.”