A disputa pela presidência da Câmara Municipal de Campo Grande expôs fissuras políticas na base aliada da prefeita reeleita Adriane Lopes (PP). Os vereadores eleitos pelo Avante, Leinha e Wilson Lands, que integravam a coligação “Sem Medo de Fazer o Certo” junto à chapa da prefeita e de sua vice, Camilla Nascimento (Avante), surpreenderam ao aderir à candidatura do vereador Papy (PSDB) à presidência da casa legislativa
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A decisão, vista como uma “traição” por aliados de Adriane, gerou desdobramentos que enfraqueceram a tentativa do Progressistas (PP) de comandar o legislativo municipal. Inicialmente, o partido lançou o nome de Beto Avelar, líder da prefeita na Câmara, mas ele acabou retirando sua candidatura por falta de apoio suficiente, até mesmo entre integrantes do Avante, tido como o partido mais leal à gestão municipal.
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Desgaste político e divisão na base
Fontes próximas à administração apontam que o episódio gerou desgaste não apenas para os vereadores do Avante, mas também para o grupo político ligado à senadora Tereza Cristina (PP), que tem papel central na gestão de Adriane Lopes. A migração de apoio para Papy fragilizou ainda mais a articulação em torno de Beto Avelar, deixando-o sem condições de montar uma chapa competitiva.
Dos 29 vereadores, 24 teriam assinado uma carta de apoio à candidatura de Papy, consolidando uma chapa única. Como parte do acordo, o PP deverá indicar o 2º vice-presidente na composição liderada pelo PSDB.
Wilson Lands confirmou que o Avante manteve seu apoio ao tucano mesmo após a candidatura de Avelar ser lançada. “Avante foi um dos primeiros partidos a assinar a lista do Papy para presidência e mesmo lançando o Beto Avelar mantemos nossa posição e não retiramos o nome da lista”, afirmou Lands ao Midiamax.
Leinha no alvo da Justiça Eleitoral
Enquanto o cenário político se desenrola, Leinha enfrenta problemas judiciais que podem comprometer seu mandato. Ela responde a processos na Justiça Eleitoral relacionados à omissão de bens em sua declaração de campanha, além do uso de materiais não declarados. O portal Fato67 segue investigando se outras candidaturas do partido cometeram irregularidades semelhantes.
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Derrota para Adriane e estratégia para o futuro
A retirada da candidatura de Beto Avelar é vista como uma derrota simbólica para Adriane Lopes, que buscava manter um aliado do Progressistas no comando da Câmara. Apesar disso, a desistência evita que a cerimônia de posse da prefeita, marcada para o dia 1º de janeiro, seja marcada por um embate direto e pela exposição de divisões internas em sua base.
Com a vitória de Papy praticamente garantida, o tucano tem defendido o consenso como estratégia para unir o legislativo. “Nosso objetivo é garantir estabilidade para trabalhar por Campo Grande”, enfatizou ele em recentes declarações.