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    CPI do Transporte Público: “Pelo menos duas pessoas serão indiciadas”, afirma vereadora Ana Portela

    Durante a oitiva desta quarta-feira (28), a vereadora Ana Portela (PL), relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Público de Campo Grande, fez uma declaração contundente: pelo menos duas pessoas deverão ser indiciadas ao final da investigação.

    Segundo Portela, as apurações da CPI indicam fortes indícios de negligência tanto no cumprimento do contrato de concessão quanto na fiscalização do serviço de transporte público, operado pelo Consórcio Guaicurus. “O que ouvimos até agora na CPI é um descaso com a população. Não importa se é o atual diretor, ex-diretor ou ex-presidente de cada pasta envolvida. Todos receberam o salário para cumprir seu trabalho, mas ninguém tem respostas objetivas sobre o que houve com o transporte público de Campo Grande. Se houve negligência, alguém precisa responder por isso”, afirmou a vereadora.

    Desdobramentos e próximos passos

    A investigação ainda está em curso e deve ouvir todos os envolvidos, tanto do Executivo Municipal quanto do próprio Consórcio Guaicurus. Após a conclusão das oitivas e da análise documental, será elaborado um relatório detalhado, que servirá de base para eventuais medidas administrativas, civis ou criminais.

    Ana Portela destacou que o trabalho da Comissão está sendo conduzido com independência e responsabilidade, apesar das divergências técnicas que surgiram ao longo da apuração.

    Relatório será independente, diz relatora

    A vereadora fez questão de enfatizar que o relatório final da CPI não se baseará exclusivamente nos laudos técnicos periciais já apresentados. “O nosso relatório não vai se basear estritamente nestes laudos técnicos periciais. Além deles, estamos recebendo diversos documentos e ouvindo as partes para compor um relatório robusto e independente”, explicou.

    As divergências mencionadas referem-se a dois estudos realizados sobre a situação financeira e contratual do transporte público de Campo Grande:

    • Laudo do IBEC Brasil: realizado após pedido judicial, aponta que a Prefeitura deixou de repassar R$ 377 milhões ao Consórcio Guaicurus ao longo de 13 anos. O montante corresponderia a valores previstos para cobrir os custos do serviço.
    • Laudo de 2019: contraditoriamente, esse estudo apontou que o Consórcio apresentou um superávit financeiro de aproximadamente R$ 68,9 milhões, superior ao inicialmente previsto, indicando possível lucratividade excessiva.

    “Os laudos divergem e o que nós precisamos é de respostas corretas e independentes, que mostrem a verdade para a população que tem sido prejudicada”, reforçou a vereadora.

    Assessoria técnica para garantir imparcialidade

    Com o objetivo de garantir a elaboração de um relatório técnico e imparcial, Ana Portela apresentou requerimentos para a contratação de assessoria contábil e jurídica especializada.

    “A população merece ter um relatório independente”, concluiu.

    A crise do transporte público em foco

    A CPI do Transporte Público foi instaurada diante das sucessivas denúncias de má qualidade no serviço, problemas na gestão do contrato e dúvidas sobre o equilíbrio econômico-financeiro do sistema. A Comissão busca apurar responsabilidades e apontar soluções para garantir que os usuários tenham acesso a um transporte digno e eficiente.

    A previsão é que o relatório final seja apresentado ainda este ano, com as conclusões e eventuais indiciamentos que podem alterar significativamente o cenário político e administrativo da capital sul-mato-grossense.

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