Em mais uma tentativa de ganhar holofotes com vídeos de “fiscalização performática”, o vereador Fábio Rocha (União Brasil) questionou a operação tapa-buracos da Prefeitura de Campo Grande, suscitando dúvidas e desinformação. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o parlamentar se mostra indignado com o uso de um material que ele classifica como “farelo”, e classifica ser um serviço de baixa qualidade.
“Essa é a nova modalidade, praticamente um farelo que estão colocando nos buracos da nossa cidade”, diz o vereador. O “farelo” tem nome técnico: bica corrida. Trata-se de um material amplamente utilizado na construção de estradas e ruas, composto por britas, pedriscos e pó de pedra, e sim, ele faz parte de uma etapa inicial da pavimentação.

A bica corrida é usada como sub-base para garantir maior resistência e durabilidade ao asfalto. É uma medida emergencial que permite trafegabilidade até a aplicação da camada final, a chamada capa asfáltica. Em algumas regiões, esse material é aplicado de forma pontual para evitar que os buracos se agravem com o tempo e com as chuvas.
Fábio Rocha, no entanto, parece ter deixado de lado — por desconhecimento ou conveniência — detalhes básicos sobre obras de pavimentação. Em vídeo publicado, dispara: “Na minha opinião e experiência que eu tenho, não vai resolver a situação da nossa cidade, porque com as chuvas, os carros passando, a questão de uma semana vai estar o buraco aqui de novo.”
Um morador do bairro Jardim Tijuca que preferiu não se identificar, disse a nossa equipe que o vereador é especialista em pedir voto, mas pra resolver os problemas do bairro ele tem se mostrado ineficaz. Ao assistir o vídeo do vereador o morador do Tijuca disse “me parece uma Fake News para gerar engajamento”.
A Prefeitura ainda não comentou oficialmente as declarações, mas fontes da Secretaria Municipal de Infraestrutura explicam que o material aplicado é uma base temporária, chamada bica corrida, usada justamente para garantir a trafegabilidade antes da aplicação da capa asfáltica definitiva.

O representante eleito pelo povo está apenas mal informado ou decidiu apelar para uma versão incompleta dos fatos com intenções políticas? Em tempos de likes e curtidas, parece que desinformar também virou estratégia.