Apenas em Mato Grosso do Sul, foram 521 focos neste ano. Bombeiros tentam conter fogo que se espalha em área alagada, na região de Corumbá (MS).
O Pantanal, bioma que se estende pelos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, enfrenta uma grave crise ambiental com o aumento alarmante dos focos de incêndio. Dados do Satélite de Referência do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que, no primeiro semestre de 2024, houve um crescimento de 931% nos incêndios em comparação ao mesmo período de 2023.
De janeiro a junho deste ano, foram registrados 939 focos de incêndio. Em Mato Grosso do Sul, a situação é ainda mais crítica, com 521 focos registrados, enquanto no mesmo período de 2023 foram apenas 52. As equipes do Corpo de Bombeiros do estado trabalham incansavelmente para conter as chamas. Eles controlam o fogo em três importantes Parques Estaduais: Pantanal do Rio Negro (Pantanal), Nascentes do Taquari (Cerrado) e Várzeas do Rio Ivinhema (Mata Atlântica).
Desde abril, uma corporação está envolvida na Operação Pantanal, focada na preparação e prevenção para o período de seca extrema, mobilizando 61 militares em atividades de gerenciamento e combate direto. Na manhã desta terça-feira (4), a aeronave Fronteira 1 da Polícia Militar partiu de Campo Grande com destino a Corumbá, trazendo um especialista militar em incêndio florestal para reforçar as operações. A aeronave auxiliará os bombeiros no acesso às áreas mais afetadas por incêndios, que são de difícil acesso devido a florestas densas.
Especialistas explicam que junho marca o início das queimadas no Pantanal, um período que pode se estender por até seis meses. O inverno é particularmente preocupante devido ao tempo seco e à escassez de chuvas. Estudos apresentados pelos Ministérios Públicos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso indicam que quase 60% dos focos de incêndio no Pantanal em 2020 foram causados por atividades humanas, evidenciando a necessidade de medidas rigorosas de prevenção e controle.