Mato Grosso do Sul é o estado brasileiro com mais queimadas no início de julho, agravadas pela pior seca no Pantanal em 70 anos.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o estado acumulou 111 focos de incêndio nas últimas 24 horas, com Corumbá registrando um aumento de 800% nas queimadas de maio para junho, somando 95 focos.
Em resposta, o Governo Federal anunciou a criação de duas bases para agilizar o combate aos incêndios no Pantanal. A Base Sul será instalada no quilômetro 100 da Rodovia Transpantaneira (MT-060), enquanto a Base Norte ficará em Corumbá, cidade que concentrou 66,5% dos focos de incêndio no bioma de janeiro a junho.
Atualmente, cerca de 500 servidores federais estão em campo, apoiados por nove aeronaves, incluindo quatro aviões lançadores de água do Ibama e ICMBio, e um KC-390 da Força Aérea Brasileira. O uso de fogo no Pantanal está proibido até o fim do ano, com penalidades para os infratores.
O Laboratório de Aplicação de Satélites Ambientais (Lasa) da UFRJ indicou que todos os focos de calor no Pantanal em maio e junho foram causados por ação humana, sem registros de incêndios provocados por raios. Cerca de 85% dos focos estão em áreas privadas. A Polícia Federal está investigando 18 frentes de incêndio suspeitas de serem criminosas.
“A PF está investigando, a maioria dos focos está em propriedades privadas. Usamos tecnologia avançada para rastrear a origem dos incêndios,” afirmou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
Doze municípios de Mato Grosso do Sul tiveram situação de emergência reconhecida pelo governo federal. “Estamos auxiliando esses municípios nos seus planos de trabalho, que podem incluir a necessidade de água, alimentação e combustível,” disse o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.
Na última sexta-feira (28), as ministras Marina Silva e Simone Tebet, junto com o governador Eduardo Riedel, foram a Corumbá para acompanhar as ações de prevenção e combate aos incêndios.