A proposta de Emenda Constitucional (PEC) que visa modificar a escala de trabalho 6×1 para um modelo de quatro dias semanais, com no máximo 36 horas de trabalho, tem dividido a bancada federal de Mato Grosso do Sul.
Idealizada pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT) e apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), a PEC ainda precisa de 171 assinaturas de deputados e 27 de senadores para ser formalmente protocolada. Até o momento, já conta com 108 apoios na Câmara.
Dos deputados de Mato Grosso do Sul, quatro se manifestaram favoravelmente à proposta: Geraldo Resende e Dagoberto (ambos do PSDB) e os petistas Camila Jara e Vander Loubet.
Para Loubet, a mudança proporcionaria melhor qualidade de vida aos trabalhadores, permitindo mais tempo para a família e lazer, o que, segundo ele, resultaria em maior produtividade.
Já Dagoberto reforçou seu compromisso com os trabalhadores, defendendo também a redução de encargos sociais sobre os empregadores. Geraldo Resende afirmou que assinou a proposta com a intenção de promover o debate, considerando as perspectivas tanto dos trabalhadores quanto dos empresários.
Em oposição, o deputado Luiz Ovando (PP) criticou duramente a PEC, classificando-a como uma “armadilha” que prejudicaria a flexibilidade no mercado de trabalho, além de ameaçar gerar desemprego e dependência do Estado. Segundo Ovando, a proposta interfere em acordos que deveriam ser decididos entre empregador e funcionário, sem intervenção estatal.
Camila Jara, também favorável, manifestou-se nas redes sociais, acusando parlamentares da extrema direita de se oporem à medida para manter os trabalhadores em condições de trabalho desgastantes.
Outros deputados da bancada de Mato Grosso do Sul, como Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira (PL), e Beto Pereira (PSDB), não se manifestaram ainda sobre PEC.