O Secretário de Obras de Corumbá, Ricardo Campos Ametlla, foi exonerado nesta segunda-feira (8) após ser alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) na última semana.
Ametlla é acusado de fraudes em licitações que resultaram em contratos milionários em um curto período de tempo.
Segundo o advogado de Ametlla, André Borges, a exoneração foi pedida para garantir tranquilidade no final do mandato e permitir que o ex-secretário possa se concentrar na defesa das acusações. Ametlla é suspeito de ser o verdadeiro proprietário da empresa Agility Serviços Integrados Ltda, que fechou R$ 16,8 milhões em contratos com a Prefeitura de Corumbá em apenas dois anos.
A empresa Agility, criada em abril de 2021, possui sede registrada em um terreno baldio em Ladário, segundo imagens de maio de 2024 do Google Street View.
Em 2022, a empresa já havia conquistado quatro contratos com a prefeitura, somando R$ 7,2 milhões. Em 2023, venceu mais duas licitações, acumulando R$ 2,2 milhões em contratos. O último contrato foi firmado em março deste ano para a construção da sede do Centro de Atendimento ao Cidadão (CAC) em Corumbá.
Durante a Operação “João Romão”, a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU) investigaram a relação entre a Agility e Ametlla. A operação resultou no cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão. Foram apreendidos documentos, computadores, veículos, incluindo uma caminhonete Toyota Hilux de Ametlla, e cerca de R$ 100 mil em dinheiro.
A operação também atingiu a coordenadora do setor de licitação de obras, Thamíris Lemos Franco Gonçalves, e o superintendente de serviços públicos, Joelson Pereira Dib. O prefeito Marcelo Iunes afirmou desconhecer o teor das buscas, alegando ter sido informado apenas que a operação estava em andamento no setor de infraestrutura.
