Adriane Lopes recorre novamente à Justiça para barrar aumento salarial e promete doar diferença
A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), voltou a se posicionar contra o aumento do próprio salário, aprovado pela Câmara de Vereadores em 2023. Assim como fez no ano passado, Adriane anunciou que entrará com um recurso judicial para tentar impedir que o reajuste, previsto para entrar em vigor em fevereiro de 2025, seja aplicado a ela.
Caso a tentativa não tenha sucesso, a prefeita garantiu que doará integralmente o valor correspondente ao aumento para instituições sociais, permanecendo com o mesmo salário atual, de R$ 21.263,62.
O reajuste, estabelecido pela Lei Municipal nº 7.005, prevê que o salário da prefeita passe a R$ 41.845,48 — um aumento de 97%. O mesmo percentual também será aplicado ao vice-prefeito e aos secretários municipais. A medida, segundo a nota divulgada pela Prefeitura, tem como objetivo corrigir distorções salariais que afetam 408 servidores municipais cujas remunerações estão vinculadas ao teto definido pelo subsídio do prefeito. Esses servidores estavam há mais de uma década sem reajuste.
Nota de Esclarecimento
Adriane enfatizou em nota que não teve participação na elaboração ou aprovação da lei, de responsabilidade exclusiva do Legislativo. Desde o início, a gestora se posicionou contrária ao aumento do próprio salário, defendendo que o benefício fosse restrito aos servidores municipais.
A prefeita reforçou o compromisso com a transparência e a responsabilidade fiscal, destacando que sua prioridade é atender às demandas urgentes da população. Além disso, Adriane anunciou que, caso o aumento seja mantido, os valores serão destinados a instituições que atuam nas áreas de educação, saúde e assistência social.
“Essa decisão reforça minha postura ética e meu compromisso com o bem coletivo”, afirmou Adriane.
Impacto na gestão pública
A decisão da Câmara de aprovar o reajuste foi amplamente discutida em 2023. De acordo com a justificativa dos vereadores, o aumento buscava corrigir perdas salariais acumuladas ao longo de 10 anos para servidores municipais que dependem dessa adequação. Apesar disso, a aprovação gerou debates sobre a aplicação do aumento também para cargos do Executivo, como o da prefeita.
Enquanto o imbróglio judicial segue, Adriane Lopes busca manter sua imagem alinhada ao compromisso com a gestão fiscal e a ética pública, em um gesto que visa distanciar-se de práticas que possam ser interpretadas como benefício pessoal.
Com essa postura, a prefeita espera ganhar o respaldo da população em uma questão que toca diretamente a confiança na gestão pública e no uso responsável do dinheiro público.
