Tiago Vargas é nomeado na Secretaria de Articulação Regional em Campo Grande
O ex-vereador de Campo Grande, Tiago Vargas (PP), conhecido como “O Terror do Azambuja”, foi nomeado para a Secretaria Especial de Articulação Regional. A nomeação representa um marco na trajetória do ex-policial civil, que ganhou notoriedade por enfrentar o então governador Reinaldo Azambuja (PSDB) durante seu tempo na Polícia Civil.
A trajetória de Vargas: da polícia à política
Tiago Vargas começou a “aterrorizar” a gestão de Reinaldo Azambuja enquanto ainda era policial civil, denunciando supostos desvios e práticas irregulares do governo tucano. Sua postura combativa gerou reações severas, culminando em sua expulsão da corporação sob acusações que ele sempre atribuiu à perseguição política.
O episódio chamou a atenção da opinião pública, consolidando sua imagem como um opositor ferrenho da gestão Azambuja. Esse histórico impulsionou sua entrada na política, resultando em sua eleição como vereador de Campo Grande, onde manteve a postura crítica contra o ex-governador e outros adversários.
Contudo, em 2022, Vargas sofreu uma queda de popularidade entre seu eleitorado mais conservador. A decisão de apoiar Eduardo Riedel (PSDB), candidato ao governo do estado apoiado também por Azambuja, foi vista como uma contradição por parte de sua base, que esperava seu alinhamento com Capitão Contar (PRTB), conhecido por sua relação próxima com Jair Bolsonaro e oposição ao tucanato. O desgaste político foi evidente e impactou diretamente sua trajetória.
Em 2024, Vargas não conseguiu se reeleger vereador, ficando fora da Câmara Municipal. Além disso, sua candidatura foi indeferida pela Justiça Eleitoral devido ao processo de expulsão da Polícia Civil.
Nomeação com recado político
A nomeação de Vargas para a Secretaria Especial de Articulação Regional, articulada pela senadora Tereza Cristina (PP), não é apenas um ato administrativo, mas também um movimento político carregado de simbolismo. A relação entre Tereza Cristina e Reinaldo Azambuja é marcada por rivalidades, especialmente após o ex-governador tentar enfraquecer os planos da senadora em 2024, ao trazer Jair Bolsonaro para apoiar seu candidato, Beto Pereira, que acabou derrotado no primeiro turno.
Ao incluir Vargas em um cargo estratégico, Tereza Cristina reforça seu compromisso com aliados que compartilham sua visão de oposição ao grupo tucano e sua disposição para enfrentar antigos rivais.
