Ana Portela, filha do Tenente Portela, desmentiu nesta quarta-feira (27) as informações veiculadas em matérias recentes que sugeriam que ela teria ocupado um cargo no Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. “Não se trata de mim, nunca tive nenhum cargo no Governo do Estado. Sempre trabalhei de carteira assinada”, afirmou Ana em contato com a equipe do Fato67

A declaração veio após a repercussão de conversas incluídas no inquérito da Polícia Federal (PF) que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado, apontada como liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro após sua derrota nas eleições de 2022. No documento, diálogos entre Tenente Portela, o ex-presidente e o coronel Mauro Cid mencionam manifestações de 8 de janeiro e expõem preocupações com o contexto político e as investigações subsequentes.
Em um dos trechos divulgados, datado de 28 de abril de 2023, Tenente Portela menciona a exoneração de uma “filha” em tom de desabafo:
“Eu tinha uma filha que trabalhava no Estado, a Tereza tirou. A Tereza persegue mesmo, mas tá bom… Faz parte da política… Agora, o que eles não podem é partir pra humilhação. E o que estão fazendo é humilhação. E aí eu não aceito, prefiro ficar fora. Entendeu?”

A fala gerou interpretações de que a “filha” seria Ana Portela, informação que foi categórica e publicamente refutada por ela. Segundo Ana, a expressão utilizada pelo pai é carinhosa e costuma ser direcionada a pessoas próximas a ele. A exoneração mencionada, de acordo com ela, refere-se a uma apoiadora de Tenente Portela que perdeu o cargo após o militar declarar apoio a Capitão Contar no segundo turno das eleições para governador em 2022.

Capitão Contar, candidato pelo PRTB, disputou o segundo turno do pleito estadual contra Eduardo Riedel, do PSDB, que venceu as eleições com o apoio da senadora Tereza Cristina. Segundo Portela, a exoneração foi consequência direta de divergências políticas surgidas durante a acirrada campanha.
Enquanto a investigação da PF avança, Ana Portela busca esclarecer sua posição, destacando que nunca ocupou cargo público e reforçando a necessidade de veracidade na divulgação de informações. “Quem conhece meu pai sabe que ele usa esses termos carinhosos. Não há ligação minha com qualquer cargo mencionado”, reiterou.