O deputado federal Marcos Pollon (PL-MS) foi um dos destaques da Marcha pela Anistia realizada nesta quarta-feira (7), em Brasília. Em um discurso inflamado e carregado de simbolismo, Pollon afirmou que Jair Bolsonaro representa a resposta divina às orações do povo brasileiro e criticou duramente o atual cenário político do país.
“Deus ungiu um homem, e esse homem se levantou contra o sistema. Ele ofereceu sua vida, seu sangue, pelos nossos filhos e pelos filhos dos nossos filhos”, disse o parlamentar diante de milhares de manifestantes reunidos no Eixo Monumental, em frente à Esplanada dos Ministérios.

Pollon foi além e classificou o momento atual como o avanço de um regime de exceção:
“Hoje caminhamos para uma ditadura. Eu estive com os presos da Papuda, estive com os presos da Colmeia, e nós não vamos descansar enquanto o último não estiver na rua. Anistia já.”
Mobilização conservadora ganha força
A manifestação contou com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro, da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e de dezenas de parlamentares da oposição de todo o país. O ato, que teve início na Torre de TV, percorreu o centro de Brasília ao som de palavras de ordem, orações e pedidos de justiça para os presos do 8 de janeiro.

Pressão sobre o Congresso
A proposta de anistia segue travada no Congresso, enquanto cresce a pressão popular sobre o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para que o tema avance. A base conservadora defende que os julgamentos foram politizados e que muitos foram punidos de forma desproporcional.
Polarização em evidência
Enquanto a esquerda, base do governo Lula, insiste em rotular os manifestantes como “golpistas”, a oposição sustenta que os presos são vítimas de um sistema que ignora garantias individuais e transforma adversários políticos em inimigos do Estado. A pauta da anistia escancara a polarização que marca o cenário brasileiro e promete se tornar uma das principais bandeiras até as eleições de 2026.