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    As mensagens que levaram a PF à casa de Carlos Jordy

    Deputado manteve contato “que extrapolaria fins políticos” com manifestantes que lideravam mobilizações bolsonaristas em quartéis, segundo investigadores

    As mensagens que levaram a PF à casa de Carlos Jordy

    Na representação que enviou ao ministro Alexandre de Moraes —e que motivou a fase da operação Lesa-Pátria que mira o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ; foto)—, o Ministério Público Federal (MPF) diz que o deputado mantinha troca constante de mensagens com lideranças bolsonaristas e de extrema-direita. Um deles, Carlos Victor de Carvalho, seria um dos financiadores dos atos de 8 de janeiro de 2023.

    O vínculo entre Jordy e CVC é definido, nas 13 páginas do documento, como algo “extrapola eventuais fins políticos partidários [sic], demonstrando intenção de ordenar a prática de crimes contra o Estado Democrático de Direito.”

    “Bom dia meu líder”, disse CVC a Jordy em um dos registros. Ele completou: “Qual direcionamento você pode me dar? Tem poder de parar tudo”.

    As mensagens foram trocadas enquanto ocorriam bloqueios de rodovias pelo Brasil, segundo o relatório do MPF. O documento também destaca que Jordy falou por telefone com CVC enquanto ele já estava foragido.

    Carvalho é ex-assessor do deputado estadual pelo Rio de Janeiro Fillipe Poubel (PL) e chegou a ser candidato a vereador em Campos dos Goytacazes (RJ). Na cidade, CVC chegou a participar da organização de atos antidemocráticos.

    “Ditadura”

    Mais cedo, ao comentar a operação contra si, Jordy (que é líder da Oposição na Câmara), chamou de “ditadura” a operação“Eu estava dormindo com a minha filha e com a minha esposa e fui acordado pela Polícia Federal. Os agentes até foram bem-educados, mas eles disseram que estavam apenas fazendo o trabalho deles. Eu não sabia do que se tratava até ver as notícias”, disse o parlamentar.

    “É inacreditável o que nós estamos vivendo. Esse mandado de busca e apreensão determinado pelo ministro Alexandre de Moraes é uma constatação de que estamos vivendo em uma ditadura. Eu, em momento algum do 8 de janeiro, incitei, falei para as pessoas que aquilo era correto. Em momento algum estive nos quartéis-generais e nunca apoiei nenhum tipo de ato anterior ou depois do 8 de janeiro”, acrescentou.

    Deltan Dallagnol, o ex-deputado e ex-procurador da Operação Lava Jato, saiu em defesa do parlamentar bolsonarista. O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), cobrou maior engajamento de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Congresso, no caso.

    Redação
    Redação
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