O ex-presidente, que considerava a tática uma confissão de culpa, optou pela estratégia numa tentativa de blindar a ex-primeira-dama
Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro ficam em silêncio durante o depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira (31) sobre o caso das joias sauditas. O casal, além de outras seis pessoas, é investigado num suposto esquema de venda dos itens de luxo presenteados pelo governo da Arabia Saudita ao ex-presidente.
Conforme apurado pelo O Antagonista, Bolsonaro, Michelle, o assessor especial Marcelo Câmara e o advogado Fabio Wajngarten acordaram manter-se silêncio quando questionados pela Polícia Federal. O ex-presidente, que considerava a tática uma confissão de culpa, optou pela estratégia numa tentativa de blindar a ex-primeira-dama.
Os depoentes chegaram à Polícia Federal por volta das 10h47 e entraram no prédio da corporação pela garagem.
Além do ex-presidente, da ex-primeira-dama, prestam depoimento o tenente-coronel Mauro Cid, o general da reserva Mauro César Lourena Cid, os assessores de Bolsonaro Marcelo Câmara e Osmar Crivellati e os advogados Fabio Wajngarten e Frederick Wassef. Apenas Wassef irá depor por videoconferência, da Superintendência da PF em São Paulo.
Cada um dos investigados será ouvido por um delegado e um escrivão, respectivamente, sob a coordenação de delegado presidente do inquérito, que irá monitorar todas as informações prestadas pelos depoentes. A ideia é contrapor inconsistências e contradições em tempo real.
Assim como Mauro Cid, cuja defesa anunciou que entregaria à PF o mandante da venda das joias sauditas, o advogado Frederick Wassef também teria indicado a pessoas do seu entorno que deve revelar de quem partiu a ordem para a recompra do Rolex, presenteado ao governo brasileiro pela Arábia Saudita, e vendido por Cid a uma loja na Pensilvânia, nos Estados Unidos.