Requerimento da deputada Carla Zambelli (PL-SP) conta com a adesão de 113 parlamentares, mas a decisão de acatar cabe inteiramente ao presidente da Câmara
São 113 os deputados federais que assinaram até a manhã desta terça-feira um requerimento que pede o impeachment do presidente Lula (PT). A reação ocorre após o petista ter comparado, no fim de semana, a situação em Gaza com o extermínio de judeus pelo governo nazista de Adolf Hitler na Alemanha.
O endosso dos parlamentares, contudo, tem o intuito de marcar posição e mostrar força política, já que para um requerimento de impeachment ser aprovado não é preciso ter uma quantidade mínima de assinaturas, como no caso, por exemplo, de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que deve receber o aval de pelo menos um terço da Casa antes da tramitação.
Para avançar no parlamento, um pedido de impeachment depende unicamente da vontade do presidente da Câmara dos Deputados. Nesta legislatura, Arthur Lira (PP-AL). Desde o início do mandato de Lula , por exemplo, outros requerimentos foram apresentados e não chegaram a ser pautados por terem sido arquivados por Lira. A tendência é de que o movimento se repita em relação a esta denúncia.
O presidente da Câmara não vem dizendo publicamente o que vai fazer em relação ao pedido contra o presidente, mas a expectativa de aliados próximos a ele é que Lira não faça nada e sente em cima do papel.
Ou seja: se aceitar o pedido está fora de cogitação, tampouco Arthur Lira o arquivará, o que desagradaria a oposição na Câmara
Da autoria de Carla Zambelli (PL-SP), o requerimento alega que a fala do presidente configurou um crime responsabilidade por ter cometido um “ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade”.