Com 98% de aprovação nacional, fusão entre partidos busca reestruturação para enfrentar eleições de 2026; lideranças sul-mato-grossenses foram decisivas na votação
Em meio a uma das maiores crises da história do PSDB, a convenção nacional do partido aprovou nesta quinta-feira (5) a incorporação do Podemos. A decisão contou com o apoio de 98% dos convencionais de todo o Brasil e teve participação decisiva da ala sul-mato-grossense da sigla, atualmente o principal reduto tucano do país.
A votação ocorreu de forma semipresencial, com destaque para a atuação da direção estadual de Mato Grosso do Sul. O ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente estadual do partido, votou virtualmente logo no início da manhã. Já o atual governador Eduardo Riedel participou da convenção de forma remota, diretamente de São Paulo, onde cumpre agenda no Global Agribusiness Festival (GAFFFF).
Para lideranças como o deputado estadual Dagoberto Nogueira (PSDB), a incorporação representa uma tentativa de salvar o partido da extinção. “O PSDB está praticamente em extinção. Só existe, de fato, em Mato Grosso do Sul. Com a saída de Raquel Lyra e Eduardo Leite, não sobrou quase nada. A maioria dos deputados está ameaçando sair. Vejo o partido numa situação muito difícil”, avaliou.
A deputada estadual Lia Nogueira também votou favoravelmente à fusão e destacou a perda de espaço nacional do PSDB. “Apesar da nossa força em MS com o Governo do Estado, mais de 40 prefeituras e as maiores bancadas da Câmara Federal e da Assembleia Legislativa, perdemos tempo de TV, fundo partidário e influência nacional. A incorporação é uma etapa necessária do processo de reestruturação rumo às próximas eleições”, afirmou.
Com o apoio de outras figuras da bancada federal, como os deputados Beto Pereira e Geraldo Resende, o único parlamentar sul-mato-grossense a participar presencialmente da convenção foi o deputado Pedro Caravina, que também votou a favor da incorporação.
A fusão entre PSDB e Podemos ainda depende da homologação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Caso aprovada, a nova legenda buscará consolidar uma estrutura mais robusta para enfrentar os desafios de 2026 e conter a desidratação sofrida pelo PSDB nos últimos anos — marcada por debandadas de figuras-chave e perdas de espaço político nacional.