Após cassação do prefeito e vice por uso de fake news, ex-prefeito e atual deputado estadual é cotado para voltar ao comando do município.
Com a cassação dos mandatos do prefeito e do vice de Nova Andradina por uso de informações falsas nas eleições de 2024, o município se prepara para uma nova disputa eleitoral. Nos bastidores, o nome que mais ganha força para concorrer ao comando do Executivo municipal é o do deputado estadual Roberto Hashioka (União Brasil).
Figura tradicional da política sul-mato-grossense, Hashioka tem longa trajetória na vida pública e já comandou a cidade em três mandatos distintos: de 2001 a 2004, de 2005 a 2008 e de 2013 a 2016. Durante esse período, recebeu diversos reconhecimentos — entre eles, o título de “Prefeito Empreendedor” concedido pelo Sebrae estadual e nacional, além de homenagens da Fundação Abrinq e do Tribunal de Contas da União por sua atuação em áreas como desenvolvimento econômico, inovação e gestão pública.
A nova eleição foi convocada após decisão da Justiça Eleitoral, que cassou os mandatos do prefeito Leonardo Ferreira Luiz Fedossi (PSDB) e de seu vice, Arion Aislan de Souza (PL). De acordo com sentença da 5ª Zona Eleitoral de Nova Andradina, publicada na terça-feira (8), a chapa cometeu abuso de poder ao disseminar fake news contra a então candidata Dione Hashioka (União Brasil), esposa do deputado Roberto Hashioka.
A ação foi movida pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), que apontou uma estrutura organizada para espalhar desinformação por meio de redes sociais e veículos de comunicação locais, prejudicando a campanha de Dione. Segundo o órgão, os acusados articularam uma espécie de “milícia digital” com o objetivo de influenciar o resultado do pleito com ataques e notícias falsas.
Ao comentar a decisão durante discurso na tribuna da Assembleia Legislativa, Roberto Hashioka elogiou a postura do Judiciário. “Foi montada uma organização criminosa, uma quadrilha, uma milícia digital que trabalhou ativamente para desinformar, para iludir, para enganar o eleitor e a Justiça Eleitoral de Nova Andradina. Num fato histórico, o promotor eleitoral e a juíza trabalharam muito, foram afrontados, mas jamais esmoreceram. Corajosamente enfrentaram e tomaram uma decisão que faz bem para a democracia”, declarou em tom firme.
Com a decisão, Fedossi e Arion também ficam inelegíveis por oito anos. A data da nova eleição suplementar ainda será definida pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), mas os movimentos políticos já se intensificam na cidade.
Se confirmar sua candidatura, Hashioka poderá tentar um quarto mandato à frente da prefeitura — agora, com o desafio de recuperar a estabilidade institucional da cidade após a turbulência eleitoral.