Deputado federal Arthur Maia (União-BA) afirmou não haver relação entre o episódio envolvendo o ex-presidente e os atos criminosos de 8 de janeiro
O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, deputado federal Arthur Maia (União BA), afirmou nesta quarta-feira (23) que o colegiado não investigará venda de joias e nem deve quebrar sigilos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Essa CPMI não vai adentrar em questão de corrupção, de venda de joias, porque isso não está relacionado com o 8 de janeiro. A não ser que chegue na CPMI alguma vinculação que pode demonstrar alguma ação dessa natureza, não vejo sentido de quebrar o sigilo apenas porque é o ex-presidente da República”, disse Maia.
O presidente da CPMI conversou com repórteres após sair de um encontro com o comandante do Exército, general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva.
Ao comentar a reunião, Maia declarou: “O que me foi afirmado o tempo inteiro é que o que importa ao Exército é que tudo seja esclarecido para mostrar que a instituição luta, trabalha e tem compromisso com as instituições democráticas no Brasil”.
Questionado pelos jornalistas, Maia negou que tenha havido qualquer tipo de pressão por parte do Exército para que a CPMI deixe de convocar militares. “Quanto às convocações, isso não muda absolutamente nada. Outros militares serão ouvidos”, enfatizou.
Em outro momento, perguntado a respeito dos acampamentos que se instalarem em frente aos quartéis do Exército pelo país após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022, Maia classificou o episódio como um “ponto fora da curva dentro dessa história democrática do Brasil”.
“Esses acampamentos foram um momento ruim para o Exército e para o Brasil. É um crime as pessoas se colocarem nos portões de quartéis pedindo intervenção das Forças Armadas contra o resultado de uma eleição democrática que teve um vitorioso”, completou Maia.