Marcado com pompa para este sábado (19), o protesto da oposição contra a prefeita Adriane Lopes (PP) precisou ser adiado por motivos de força maior: a chuva. Sim, o céu caiu sobre Campo Grande e desmobilizou o ato marcado para as 10h no cruzamento da Av. Afonso Pena com a Rua 14 de Julho, o point escolhido por um grupo que reúne ativistas LGBTs, militantes de movimentos socialistas e até figura investigada por tráfico, todos com o mesmo objetivo: culpar Adriane pelos buracos da cidade e, por que não, também pela previsão do tempo.

Essa seria a terceira tentativa do grupo de emplacar uma manifestação. As duas anteriores não empolgaram: poucas pessoas, muitos adesivos, e câmeras em número bem superior ao de apoiadores reais. Mas, desta vez, os militantes podem respirar aliviados: a chuva salvou o constrangimento. Ninguém precisa agora explicar porque um protesto tão “importante” mal consegue reunir duas dúzias de indignados.

O enredo, no entanto, é previsível. Diante do caos econômico instaurado pelo governo Lula, a esquerda de Campo Grande tenta transformar Adriane Lopes em bode expiatório, numa estratégia já conhecida: desviar a atenção dos erros da própria ideologia e jogar pedras na gestão local.
Ocorre que o volume das chuvas que atingem Campo Grande é o mesmo que assola diversas regiões do país e que já levou o Rio Grande do Sul a decretar estado de calamidade. A cidade está sob água, mas parece que para parte da militância, a prefeita também deveria assumir controle sobre nuvens e trovões.
A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (SISEP) já explicou, por A + B, que qualquer reparo nas vias feito com o solo encharcado é desperdício de dinheiro público. A umidade impede a fixação dos materiais, tornando o serviço inútil — ou, no jargão técnico, pura maquiagem para inglês ver. Mas, claro, esse tipo de explicação técnica não costuma sensibilizar quem prefere discurso fácil e vídeo no Instagram.
Enquanto a chuva segue caindo, o grupo de oposição segue secando: apoio popular, adesão nas ruas e credibilidade. Pelo menos agora, aprenderam que nem mesmo São Pedro está disposto a colaborar com espetáculo ideológico.
A menos, é claro, que alguém tente agora responsabilizar a prefeita pelo excesso de água nas nuvens.