Em tempos de crise econômica, onde a maioria dos brasileiros se vê lutando para manter o básico, há quem consiga multiplicar sua fortuna em um piscar de olhos. Rafael Tavares, ex-deputado estadual e agora candidato a vereador em Campo Grande pelo Partido Liberal (PL), parece ter encontrado a fórmula mágica para o enriquecimento rápido
De acordo com as declarações à Justiça Eleitoral, Tavares viu seus bens declarados saltarem de R$ 200 mil em 2022, quando concorreu ao cargo de deputado estadual pelo PRTB, para nada modestos R$ 720 mil em 2024. Um crescimento que faria inveja a qualquer investidor da bolsa de valores, ainda mais considerando que o país estava imerso em uma das maiores crises econômicas das últimas décadas.
O mais impressionante é que, enquanto o cidadão comum teria seus R$ 200 mil iniciais transformados em pouco mais de R$ 253 mil, se aplicados de acordo com a Selic, ou R$ 232 mil, se colocados na poupança, Tavares conseguiu multiplicar esse valor quase quatro vezes. E não estamos falando de qualquer multiplicação, mas sim de um crescimento que desafiaria até mesmo as mais otimistas projeções financeiras.
Na sua declaração de bens de 2024, Tavares apresentou um patrimônio distribuído em uma residência avaliada em R$ 125.770,53, um automóvel camionete de R$ 175.000,00 e aplicações financeiras que somam R$ 420.000,00. Certamente, um salto impressionante para quem, dois anos antes, tinha um Fiat Argo avaliado em R$ 55 mil e uma casa de R$ 100 mil.
Mas não é apenas a mágica financeira que acompanha a trajetória de Tavares. O ex-deputado, cujo mandato foi cassado em fevereiro de 2024 por abuso de poder e fraude na cota de gênero, agora se lança na disputa por uma cadeira na Câmara de Vereadores de Campo Grande. Vale lembrar que Tavares foi o primeiro deputado estadual na história de Mato Grosso do Sul a perder o mandato por tais acusações.
E as polêmicas não param por aí. Tavares também foi denunciado pelo jornalista B. de Paula por envolvimento em esquemas de rachadinha, termo como é conhecido popularmente o crime de peculato. Segundo denúncia do jornalista, o ex-chefe de gabinete de Tavares, Danilo Assis Azambuja, teria criado um esquema para desviar recursos destinados à atuação legislativa, utilizando notas fiscais emitidas por um escritório de advocacia do qual ele próprio era sócio. Tudo feito com uma transparência digna de nota… literal.
Em sua defesa, Tavares alega ser vítima de um sistema que deseja derrubá-lo. “Dei muitos motivos para o sistema querer me derrubar e incomodei muita gente, mas, quer saber, farei tudo de novo e com mais força na próxima oportunidade”, declarou o ex-deputado, em tom desafiador.
Agora, resta ao eleitorado de Campo Grande decidir se Tavares merece uma nova chance, desta vez como vereador, ou se suas aventuras no mundo da política chegaram ao fim. O que é certo, porém, é que sua habilidade em multiplicar patrimônio, mesmo em tempos de vacas magras, já entrou para os anais da política sul-mato-grossense.
