Serguei Tcherkasov, que atuaria para a inteligência russa, usava identidade falsa brasileira; ele está detido em presídio de segurança máxima em Brasília
O ministro Edson Fachin, do STF, condicionou a extradição de Serguei Vladimirovitch Tcherkasov (foto), apontado como espião russo, ao encerramento de uma investigação da Polícia Federal, diz a Folha.
Fachin também apontou a necessidade de a Rússia assumir compromissos diplomáticos, como não decretar a pena de morte e mantê-lo preso por no máximo 30 anos.
Apontado pela Holanda como espião russo, Tcherkasov está detido na Penitenciária Federal de Brasília.
Ele foi preso em abril passado, ao desembarcar no Brasil. De acordo com o governo holandês, ele seria um agente a serviço do GRU, o serviço de inteligência da Defesa da Rússia, e tentava se infiltrar no Tribunal Penal Internacional, em Haia.
O espião se passava por Victor Muller Ferreira e utilizava documentos brasileiros falsos. A transferência para o presídio de segurança máxima, em Brasília, foi feita após a embaixada da Rússia no Brasil pedir ao STF a extradição de Tcherkasov. Antes, ele estava detido na carceragem da PF em São Paulo.
No Brasil, Tcherkasov era alvo de duas investigações. Na primeira ele foi condenado a 15 anos de prisão por uso de documento falso.
Outra investigação da PF apura os crimes de espionagem, lavagem de dinheiro e corrupção. Fachin determinou que essa investigação seja encerrada para que ocorra a extradição. Enquanto isso não ocorre, segundo a decisão do ministro, ele deverá permanecer preso preventivamente.
