As movimentações nos bastidores da política de Mato Grosso do Sul para as eleições de 2026 já começaram a definir os principais atores e estratégias. Conforme informações obtidas pelo Fato67, dois nomes surgem como favoritos para compor a chapa de reeleição do governador Eduardo Riedel: a vice-prefeita de Dourados, Gianni Nogueira (PL), e o Secretário de Estado, Jaime Verruck (PSD).
O cenário político depende, principalmente, da possível migração de Riedel para o Progressistas (PP), partido comandado no estado pela senadora Tereza Cristina. Caso a mudança de partido se confirme, o PP abriria mão de indicar um nome para a vice-governadoria, concentrando-se exclusivamente na reeleição de Tereza Cristina ao Senado, em 2030.
Com isso, a indicação para a vice de Riedel seria disputada entre o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, e o PSD, do qual fazem parte lideranças como a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes. Gianni Nogueira, atual vice-prefeita de Dourados, é considerada favorita no PL, impulsionada pelo apoio de Bolsonaro à sua pré-candidatura ao Senado. Nos bastidores, porém, seu nome também é cogitado para compor a chapa majoritária com Riedel, reforçando ainda mais a presença do bolsonarismo no governo estadual.
Esse arranjo político, no entanto, encontra resistência dentro do próprio PL. A fusão entre PSDB e Podemos abrirá espaço para o ex-governador Reinaldo Azambuja assumir o comando da legenda em Mato Grosso do Sul, e ele já articula sua pré-candidatura ao Senado. A possibilidade de o PL lançar dois candidatos ao Senado, Gianni Nogueira e Reinaldo Azambuja, não é vista com bons olhos pela cúpula tucana, que teme perder margem para articulações com outros grupos políticos.
Pelo lado do PSD, o nome mais cotado é o de Jaime Verruck, atual secretário estadual e homem de confiança de Riedel. Verruck tem perfil técnico, é discreto e é visto como sucessor natural de Riedel para a disputa do governo estadual em 2030. Sua eventual escolha para vice consolidaria o projeto de continuidade administrativa e política do atual governo.
Segundo apuração do jornal Correio do Estado, uma das propostas encaminhadas pelo grupo tucano a Bolsonaro seria a indicação de Gianni Nogueira para vice de Riedel, com a expectativa de que ela assuma o governo em abril de 2030, quando Riedel deverá se desincompatibilizar para concorrer ao Senado. O impasse, contudo, reside no fato de que, neste mesmo pleito, Tereza Cristina estará na disputa pela reeleição ao Senado, o que poderia provocar atritos entre aliados.
As peças estão postas no tabuleiro político, mas as movimentações seguem cautelosas. A definição sobre a filiação de Riedel ao PP será determinante para consolidar as futuras alianças e para o fechamento das candidaturas ao Senado, uma das mais importantes e estratégicas da eleição de 2026 em Mato Grosso do Sul.