O Japão anunciou na última sexta (20) o fim do embargo às importações de frangos e ovos produzidos em Mato Grosso do Sul, após um período de 28 dias de restrição, que havia sido imposto devido a um surto de gripe aviária em uma criação doméstica em Bonito. Durante o período de suspensão, o governo estadual assegurou que as exportações não foram prejudicadas, uma vez que foram redirecionadas para outros mercados.
Conforme as diretrizes sanitárias japonesas, se nenhuma irregularidade fosse encontrada dentro do prazo de 28 dias, o embargo seria suspenso. Jaime Verruck, titular da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), explicou que todas as medidas sanitárias necessárias foram implementadas quando o surto foi identificado em setembro. No entanto, o Japão, à semelhança do que havia feito em Santa Catarina anteriormente, suspendeu as importações.
O secretário afirmou que, após a eliminação do surto e a notificação às autoridades sanitárias globais, o governo estadual recebeu a confirmação do fim do embargo. “O Japão é o segundo maior mercado de exportação, após a China, então, se o embargo continuasse, poderia afetar a avicultura do nosso estado. No entanto, isso não ocorreu, uma vez que a produção sul-mato-grossense foi redirecionada para outros mercados durante esse período”. Até agosto de 2023, o mercado japonês representava 19% das exportações de carne de frango de Mato Grosso do Sul.
Verruck também observou que a gripe aviária está presente na economia brasileira, com 103 casos confirmados, embora nenhum deles tenha ocorrido em rebanhos comerciais.
De acordo com o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária), em 2022, Mato Grosso do Sul abateu 173 milhões de aves e exportou 161,5 mil toneladas do produto, gerando uma receita de US$ 345 milhões. Nos primeiros cinco meses de 2023, cerca de 73 milhões de aves foram destinadas ao abate.
A avicultura de Mato Grosso do Sul representou 3,77% da receita brasileira com exportações (US$ 4,1 bilhões) de carne de frango e ocupou a sétima posição no ranking nacional nos primeiros cinco meses deste ano, com um aumento de 3,84% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Sobre o surto, o vírus da IAAP – H5N1 (Influenza Aviária de Alta Patogenicidade) foi confirmado pelo Mapa em 18 de setembro. Esse foi o primeiro surto da doença registrado em Mato Grosso do Sul e o terceiro em aves de subsistência em todo o Brasil. É importante destacar que a presença do surto confirmado de influenza aviária em aves de subsistência não impõe restrições ao comércio internacional de produtos avícolas brasileiros, garantindo a segurança do consumo e das exportações de produtos avícolas.
