O vereador Marquinhos Trad (PDT) usou um caso de violência doméstica ocorrido na Capital para atacar a gestão municipal e estadual. No entanto, sua própria trajetória revela contradições em relação ao combate à violência contra a mulher

Em março de 2018, quando era prefeito de Campo Grande, Trad vetou um projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal que criava o Cadastro Municipal de Violência contra a Mulher. A proposta, de autoria do então vereador Odilon de Oliveira Junior, visava mapear casos de agressão na cidade e permitir políticas públicas mais eficazes na proteção das vítimas. O veto impediu que essa ferramenta fosse implementada.
Agora, sete anos depois, já como vereador, Marquinhos Trad tenta culpar a atual prefeita e governador por um problema estrutural que ele mesmo ajudou a agravar. Sua postura levanta questionamentos sobre a real intenção de seu discurso: preocupação genuína com a segurança das mulheres ou apenas uma estratégia política para desgastar adversários?
Especialistas em segurança pública defendem que políticas de enfrentamento à violência doméstica devem ser tratadas com seriedade e continuidade. Se o projeto de 2018 tivesse sido sancionado, a cidade poderia ter um banco de dados consolidado para monitoramento da violência contra a mulher.
A incoerência do parlamentar reforça a necessidade de cobrar responsabilidade de quem já ocupou cargos de gestão.