Novas regras atingem principalmente usuários sem assinatura Twitter Blue, que custa 8 dólares por mês
O Twitter elevou o limite diário de leitura para 1.000 tweets para os usuários que não pagam a assinatura mensal. A decisão veio após a repercussão negativa à regra divulgada no fim de semana pela rede social, que definia um teto de 600 leituras a cada 24 horas para os não pagantes.
Segundo as novas regras, os usuários verificados -e que, portanto, pagam pelo pacote Twitter Blue- podem ler até 6 mil postagens por dia. As contas antigas não verificadas até 600 posts e as novas apenas 300 por dia.
O dono do Twitter, Elon Musk, argumenta que a mudança tem o objetivo de “lidar com níveis extremos de extração de dados e manipulação do sistema”. Embora o executivo não tenha explicado, provavelmente o executivo se referia aos robôs treinados que conseguem captar milhões de informações por segundo.
O primeiro anúncio pegou os usuários de surpresa, já que a plataforma não havia anunciado que limitaria o acesso a conteúdos. Na própria rede social e em outras, perfis relataram terem recebido a informação de “limite de taxa” que interrompia o consumo de postagens.
Em tom irônico, o bilionário escreveu que a razão de ter definido um limite de visualizações é porque todos estão viciados no Twitter. “Estou fazendo uma boa ação para o mundo”, completou.
Oficialmente, o Twitter afirma que “os limites aliviam um pouco a pressão nos bastidores e reduzem o tempo de inatividade e a quantidade de páginas de erro”.
Twitter tem passado por mudanças
A limitação temporária é só mais uma das mudanças no modelo de negócios do Twitter desde que o fundador da Tesla a adquiriu por US$ 44 milhões, em outubro do ano passado. De lá para cá, o serviço online instituiu o selo de verificação pago mensalmente, decidiu cobrar pela dupla autenticação de segurança e conduziu demissões em massa, o que ocasionou o fechamento de escritórios em vários países.
Ao que tudo indica, essa nova regra pretende fortalecer o caminho para a geração novas fontes de receitas. Além disso, é um esforço do magnata contra as plataformas de inteligência artificial generativa que usam conteúdos das redes sociais para otimizar seus sistemas.
Em março deste ano, Elon Musk foi um dos empresários que assinaram um manifesto que pedia a pausa no desenvolvimento de IA. A carta aberta afirmava que isso “pode representar uma mudança profunda na história da vida na Terra e deve ser planejada e gerenciada com cuidado e recursos proporcionais”.
Apesar disso, fontes relatam que Musk estaria trabalhando em uma versão concorrente do ChatGPT, e que, inclusive, já teria recrutado equipe de profissionais qualificados.