Ex-chefe da força-tarefa da Lava Jato desistiu de recorrer ao STF para tentar recuperar seu mandato na Câmara, cassado pelo TSE
O ex-procurador Deltan Dallagnol decidiu não recorrer ao STF na tentativa de reverter a cassação de seu mandato na Câmara dos Deputados, informa Lauro Jardim. Seria sua última cartada após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ter mantido, na semana passada, a decisão que resultou em sua cassação.
Segundo Dallagnol, sua avaliação é que o Supremo tem agido de forma política e arbitrária, o que tornaria improvável uma reversão do quadro. O relator designado para o caso era Dias Toffoli, responsável por anular as provas provenientes do acordo com a Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato. A decisão de Toffoli foi duramente criticada pelo ex-procurador.
“Não há justiça no Supremo. Eu sempre lutei por justiça, mas infelizmente não a reconheço nas decisões tomadas pela maioria do STF hoje. O STF está destruindo a democracia que deveria proteger, com decisões cada vez mais arbitrárias”, disse Deltan.
“No STF, eu seria julgado pelos mesmos ministros que cassaram meu mandato em um exercício de futurologia e pelos mesmos ministros que mataram a Lava Jato, como Gilmar Mendes e Dias Toffoli, que dominam hoje na corte”, acrescentou.
Apesar da desistência em relação ao STF, o ex-chefe da força-tarefa da Lava Jato disse que planeja continuar atuando na política.