Em entrevista exclusiva ao jornal Fato67, o deputado federal Dr. Luiz Ovando (PP) comentou as recentes denúncias de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e não poupou críticas ao governo federal. Para o parlamentar, os principais prejudicados são os aposentados, que, segundo ele, vêm sofrendo com descontos indevidos e perda de poder aquisitivo.
“A grande maioria dos aposentados recebe um salário mínimo. Quando se retira R$ 50, R$ 70 ou até R$ 100, o impacto é significativo — chega a representar até 10% da renda. Isso é pesado para quem vive com tão pouco”, afirmou Ovando.
O deputado classificou como “triste” o fato de que a própria estrutura criada para proteger os cidadãos está envolvida em práticas lesivas. “O mais difícil é que a sociedade elege representantes para defender os aposentados, mas acabamos vendo o contrário; representantes permitindo ou sendo omissos diante de fraudes. É um golpe na confiança do cidadão e na credibilidade de uma instituição tão importante como o INSS.”
Segundo Ovando, o prejuízo vai além dos indivíduos. “Esse dinheiro precisa ser devolvido e sairá de algum lugar. O mais provável é que venha do Tesouro Nacional, afetando áreas sociais que já estavam com verbas destinadas.”
O parlamentar direcionou críticas diretas ao ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), e ao presidente Lula (PT). “Lupi indicou para o comando do INSS um indivíduo que, ao que tudo indica, facilitou a subtração de recursos dos aposentados. A Bíblia já nos alerta: ‘andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?’ Ou seja, Lula escolheu Lupi porque conhece seu proceder.”
Ovando também fez uma associação com interesses sindicais, sugerindo que os recursos desviados podem ter servido para fortalecer entidades sindicais fragilizadas após o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical durante o governo Bolsonaro. “O governo socialista não sabe trabalhar sem extorquir. E o que vemos é uma tentativa de retomar o poder financeiro dos sindicatos por meios escusos.”
CPI das fraudes no INSS
O deputado defendeu a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o escândalo. “A CPI foi proposta pelo coronel Chrisóstomo (PL-RO) e já tem assinaturas suficientes. Precisamos identificar e punir os responsáveis.”
Comparações com governos anteriores
Ao comparar com o governo anterior, Ovando destacou que Bolsonaro tentou criar mecanismos de controle. “Foi feita uma medida provisória que fiscalizava os descontos nos benefícios dos aposentados. Mas o Congresso, sob influência da oposição, boicotou a votação, e a medida caiu.”
O parlamentar finalizou; “No governo Lula, quando não estão mentindo, estão roubando. Isso não sou eu que digo, é o que se vê. Precisamos de um governo que respeite o cidadão e não se aproveite dele.”
Segundo dados mencionados por Ovando, 64% do total desviado nos casos recentes de fraude teriam ocorrido entre 2023 e 2024 — período já sob gestão do atual governo. “Antes, representava 2% ou menos, porque havia fiscalização ativa.”
